Votar é acto de cidadania
Vivi quase trinta anos durante o regime salazarista. Até tinha direito a voto mas não o utilizava porque as eleições eram uma farsa. O voto era restrito e não havia liberdade para constituir partidos políticos. No último acto eleitoral organizado pelo regime, para dar um ar democraticidade, a oposição (CDE) sem acesso a divulgação da sua mensagem decidiu não ir às urnas.
O 25 de Abril estabeleceu em Portugal uma democracia parlamentar, onde qualquer força política pode concorrer a eleições e apresentar livremente as suas propostas. Tem concerteza defeitos, mas permite-nos a nós eleitores escolher os nossos governantes. É um poder que temos o dever de exercer. Se dele prescindirmos estamos a pôr em causa a própria democracia. E digo com conhecimento de causa que a ditadura é mil vezes pior. Quando se diz que todos os políticos são iguais, para justificar a abstenção, é preciso lembrar que há sempre alguns mais iguais que outros. Vamos pois votar. Não abdiquemos desse direito de cidadania.
MG