No tempo em que o pudor era um travão à linguagem mais desbragada, costumava dizer-se de um cidadão com comportamento exemplar, diria quase ascético, em relação a vícios que "não fuma, não bebe e não...". A última palavra, da trilogia pecaminosa, ficava omissa, mas todos a percebiam. E se havia coisa que na puta da vida que um macho, para mais latino, não apreciava, era que pusessem em causa a sua masculinidade. E daí que a afirmação varonil, começasse, desde tenra (...)
Este fim de semana tive uma recaída e voltei ao shopping. Confirma-se. Por mais que resista o criminoso volta sempre ao local do crime. Desta vez, como sempre caí numa livraria. Entro nesse sitio, como é lógico, para ver livros, mas gosto também da envolvência. Nesta visita senti-me perdido como um náufrago a afogar-se num mar de barras de ouro. Nem vivalma circulava por ali. Livros sozinhos, tristes, solitários, esquecidos em prateleiras, sem uma mão amiga que lhes faça um (...)
variedades1.com O Barrim era apenas um cão. Um cão, mesmo cão, na sua qualidade de cão. O avô Zé era um avô. Apenas um avô que gostava de o ser. Até parecia que tinha nascido avô. A avó sendo avó era de tudo um pouco, como qualquer avó. O neto era simplesmente: alegria, chatices, preocupações. Todos personagens de uma mesma história sem história. O avô tinha o vício (ou seria uma virtude) de beber sem grande parcimónia, bebidas viciadas essas sim em teor (...)
Este fim de semana tive uma recaída e voltei ao shopping. Confirma-se. Por mais que resista o criminoso volta sempre ao local do crime. Desta vez, como sempre caí numa livraria. Entro nesse sitio, como é lógico, para ver livros, mas gosto também da envolvência. Nesta visita senti-me perdido como um náufrago a afogar-se num mar de barras de ouro. Nem vivalma circulava por ali. Livros sozinhos, tristes, solitários, esquecidos em prateleiras, sem uma mão amiga que lhes faça um (...)
vermelhos.net Salazar governou Portugal durante longas quatro décadas. Chegou ao poder de forma antidemocrática e impôs ao arrepio dos direitos políticos e humanos dos povos uma férrea ditadura. Numa análise fria e distante da sua governação, temos que admitir que tomou medidas correctas e incorrectas, na minha opinião mais estas que aquelas. Lembro, a título de exemplo, a insensata e desfasada política colonial. Podemos criticar e até odiar o regime ditatorial que (...)
José Sócrates tem defeitos? com certeza. José Sócrates comete erros? certamente. Mas José Sócrates também possui algumas virtudes. E uma delas que quero aqui acentuar é a sua capacidade para procurar saídas para o conservadorismo económico de Portugal. Tem-mo-lo visto a meter lanças em África...na América, na Ásia... Os recentes acordos com a poderosa China, os acordos feitos na ou a fazer na América latina, a cooperação com o Magreb e com os países do antigo (...)
"Beber vinho dá de comer a um milhão de portugueses" Salazar Portugal é um pais com tradição na produção vinícola. Os vinhos portugueses tem há séculos mercado, quer pelas suas características quer pela sua especificidade. Mais recentemente produção vitivinícola tem acertado o passo com os novos tempos. Casou-se com a ciência para melhorar a qualidade. (...)
Nos meus tempos de juventude havia a cultura do trabalho. Foi-me desde cedo incutida a ideia que se queria tirar o pé da jaca (expressão brasileira) tinha que não me deixar dormir na forma. Nessa época difícil e dura era preciso trabalhar de dia para comer à noite. Nesse período de economia real, ninguém gastava mais do que aquilo que possuía. Nesse passado havia sempre uma poupança mesmo pequena para acudir a uma aflição.
Mudaram-se os tempos, mudaram-se as vontades. (...)
Ontem fui a um casamento. O que querem, obrigações familiares. Quem nunca cometeu esse pecado que atire a primeira pedra. Foi um casamento como tantos outros que ocupam as igrejas e dão trabalho às empresas de banquetes. O senhor cura fez a sua arenguisse habitual: bla, bla, bla. O fotógrafo disparou objectivamente sobre tudo e sobre todos. O cortejo deu colorido às tristes artérias (...)