em "roupas femininas loja" Sala de professores de uma escola. Intervalo. Os professores chegam das aulas onde acumulam imenso stress. É altura de deixar sair a pressão. As conversas tendem a pender para o chinelo. Manda-se às malvas o racionalismo, o pensamento estruturado, o rigor da análise, a crítica política. Mesmo a terapia sobre a indisciplina, o (...)
Era um homem entre milhões. Um anónimo. Um desconhecido. Apenas mais uma peça na grande engrenagem. Vivia em Rio de Mouro. Isso não era relevante. Podia viver em Massarelos ou na Lousã. Levantava-se todos os dias às seis da manhã, quando os pássaros ainda dormiam. Depois de um duche breve, espreitava o quarto onde os filhos dormiam, dava um beijo fugaz na mulher meio ensonada e saia do T1 que um dia havia de ser seu. Entrava no carro de que um dia havia de ser proprietário (...)
O senhor Simplício era professor e teria sido em tempos poeta popular, se esta designação existe para os deuses dos poetas. Conheci-o no poente da idade. Tinha uma pequena escola de ensino liceal, com paralelismo pedagógico, numa aldeia perdida da serra algarvia. Era director, professor de todas as disciplinas, contínuo e administrativo. A escola funcionava numa dependência da casa de uma senhora solteira de boas famílias e de quem o senhor Simplício constava ser hóspede. Mas (...)
flickr.com António Simplesmente Quando António viu pela primeira vez a escuridão da noite, uma tempestade diluviana quase destruiu a laboriosa aldeia de Oliveira do Dão. O seu nascimento, tão desejado, foi para aquela família humilde como a luz redentora de uma casa sem herdeiro varão. Alegria e perplexidade invadiram como um turbilhão devastador a mente dos pais e irmãs de António. O seu pé defeituoso, foi visto, à luz da religiosidade popular, como uma maldição (...)