Este verão é um incumpridor. Não cumpre o calendário. Ou sofre de amnésia, ou ainda dorme a sono solto. Quem ganha com esta displicência estival é a primavera. Lá vai ocupando o espaço do seu sucessor, que não aparece para mudar o turno. E os adoradores do calor, os que gostam de torrar nos areais que bordam o mar, e por aí andam deprimidos, a controlar o vício, que tenham um pouco de paciência. Dizem que o verão foi para norte, dar um lamirezinho, aqueles deslavados da (...)
O direito ao gozo de férias é uma conquista recente. Vem na sequências das lutas laborais e da ascensão ao poder de partidos de índole socialista. São um direito universal expresso na Declaração dos Direitos do Homem. Em Portugal, generalizam-se após o 25 de Abril de 1974. O conceito de férias inicialmente associado ao direito ao lazer, acabou por dar azo a uma revolução na economia mundial, com a criação da indústria do turismo. Ironia das ironias é a classe (...)
Nas últimas décadas do século XX, no verão, as nossas estradas, de má qualidade, animavam-se com a invasão de carros de grande cilindrada e matrícula estrangeira. Eram os emigrantes portugueses vindos da Europa desenvolvida e que vinham de "vacances" à terra mais madrasta que mãe. Para além do carro, portador de estatuto social, usavam a língua do país de acolhimento para o mesmo efeito. Ainda hoje se utiliza, com carácter anedótico, a expressão:
- Jean Pierre, faire (...)
toca o sino
pra procissão
corre o emigra
no seu carrão
estala o foguete
na festa de verão
O rosmaninho
rasteja no chão
milhares de rodas
comem alcatrão
baratas tontas
em diversão
felicidade
em poluição
À romaria
chega o ladrão
com muitos sorrisos
semeia ilusão
parte confortado
por grande ovação
o sino repica
pra corrupção
Roubam a seara
pra tirar-lhe o pão
espremem o suor
como um limão
esquece-se a injustiça
e a aflição
pára a (...)
Nas últimas décadas do século XX, no verão, as nossas estradas, de má qualidade, animavam-se com a invasão de carros de grande cilindrada e matrícula estrangeira. Eram os emigrantes portugueses vindos da Europa desenvolvida e que vinham de "vacances" à terra mais madrasta que mãe. Para além do carro, portador de estatuto social, usavam a língua do país de acolhimento para o mesmo efeito. Ainda hoje se utiliza, com carácter anedótico, a expressão:
- Jean Pierre, faire (...)
toca o sino
pra procissão
corre o emigra
no seu carrão
estala o foguete
no pino do verão
O rosmaninho
rasteja no chão
milhares de rodas
comem alcatrão
baratas tontas
em diversão
felicidade
em poluição
À romaria
chega o ladrão
com muitos sorrisos
semeia ilusão
parte confortado
por grande ovação
o sino repica
pra corrupção
Roubam a seara
pra tirar-lhe o pão
espremem o suor
como a um limão
esquece-se a injustiça
e a aflição
pár (...)
A crise da natalidade não se nota na presença de mulheres nos mais diversos serviços. Ainda bem. Em escolas, em hospitais, no comércio, nas compras parecem-me sempre em maioria. Além disso estão cada vez mais bonitas. Mas, modéstia à parte, os homens não lhe ficam atrás. Na pastelaria onde vou tomar café o serviço é prestado exclusivamente por lindas senhoritas. É , foi e será. De quando em vez há renovação de pessoal e lá vêm novas caras larocas
A última (...)
Há quarenta e cinco anos o homem pôs o pé no terreno lunar. Mas assim como foi, veio. Não se deu bem por lá. E a razão mais evidente é que para lá não voltou. Houvesse por lá algum arzinho respirável e algumas riquezas naturais de fácil acesso, já teria começado a corrida. E teria começado a disputa entre as grandes potências. Mas ainda bem que as paragens lunares não atraem os "terráqueos". Conflitos já chegam e sobram os que por aqui existem.
Mesmo sem a ida (...)
Fosse eu Sol
ou fosse vento,
nos teus braços
me acolhia,
e no calor do
abraço
encantado
adormecia.
Se fosse azul
de céu,
fosse mar
ou maresia,
nos teus olhos
me afogava
nos teus olhos
renascia.
Se fosse duna
e areia,
onda praia
e calor,
me enroscava
no teu corpo
contigo fazia
amor.
Se luz fosse,
escuridão,
fosse noite
fosse
dia,
me deitava
no teu sono
e no teu sonho
vivia.
MG
desaba... Numa noite de um verão porque suspiro. Que saudades! Numa esplanada cheia de alegres convivas. Crise, qual crise? Uma mocinha fina nos modos e no perfil, servia um pouco afogueada acalorados clientes. Bebia um fino com todo o gosto, disse. Diga-me isso quando sair, respondeu-me. Surpresa! Saí a pensar o que fazer. Não voltei a dizer! Nos piores momentos deste inverno chuvoso, frio, triste, lembro-me da mocinha que servia numa esplanada. Anseio pela chegada do verão. (...)