A campanha presidencial continua como o tempo, cinzenta e desinteressante. Não há uma fagulha que a desperte da apagada e vil tristeza. E não fora uma decisão do Tribunal Constitucional sobre as polémicas subvenções dos políticos, cairia no total esquecimento.
As subvenções criadas pela Assembleia da República, em benefício próprio, é mais que uma regalia, é um privilégio inadmissível, num regime de igualdade de direitos. Os políticos desempenham funções públicas (...)
A fronteira que separa um estado absoluto de um estado democrático é o primado da lei. Na lei geral chamada constituição, estão as normas que balizam acção dos poderes institucionais. No fundo, protegem os cidadãos de arbitrariedades. Quando se governa sem respeito pela lei, põe-se em causa o estado de direito. Entra-se no campo do poder totalitário.
O actual governo de Portugal, eleito de acordo com as regras democráticas não tem mandato para governar à margem da lei. (...)
Entrevistador :achas que a troika nos vai castigar
Camilo Lourenço: ...se eu fizesse parte da troika era o que fazia...
Entrevistador: era o que fazias? E a nossa Soberania?
Camilo Lourenço: Quem não tem dinheiro não tem Soberania.
Entrevista a Camilo Lourenço no programa da manhã na RTP Informação, a propósito das normas chumbadas sobre o Código do Trabalho.
Citado de memória
Senhor jornalista/economista Camilo Lourenço
Sou português. Defendi na (...)
A Constituição da República é a mãe de todas as leis. O Tribunal Constitucional tem constitucionalmente o poder de verificar o cumprimento das leis. É assim desde que a democracia se institucionalizou. Não me lembro de grandes conflitos entre o TC e o poder político, durante o período democrático, até chegar o governo Passos Coelho/Portas. As diversas inconstitucionalidades praticadas pelo actual governo provam que não respeita a Constituição. O que significa que pretende (...)
imagem retirada da net Não sei se estou enjoado se enojado. Depois do chumbo das normas do Orçamento do Estado pelo Tribunal Constitucional, levantou-se um batalhão de comentadores a considerá-lo um inimigo da Nação, fazendo coro com a reacção governamental. Obscuros opinion makers, saídos de esconsos buracos, vieram à luz do dia gritar aqui del rei que o país está perdido, por causa de ter uma malfadada Constituição. O homem de Belém, sem tino e sem rumo, logo deu o (...)
Passos Egas Moniz deu a sua palavra. Vamos cumprir custe o que custar. Cercado pelas lanças do império do prestamismo, prometeu que Portugal lhe prestaria vassalagem. Jurou que cumpriria todas as exigências e até muito mais. Empobreceria os portugueses, destruiria o mercado interno, cortaria salários até onde fosse preciso. Cumpriu tudo à risca, mas foi traído. Os traidores juízes de fora, estribados na lei, puseram um travão ao saque dos despojos da nação. Passos Egas Moniz (...)
Meu caro dr. Medina Carreira
Vou escrever-lhe esta carta que seguramente não receberá. É até altamente improvável que tome conhecimento do seu conteúdo. O senhor paira num plano inacessível aos comuns mortais. Um lugar onde apenas têm assento semi-deuses da opinião. Contudo, quero acreditar que às vezes missões impossíveis podem ter êxito, como aconteceu com a entrega da carta a Garcia. Posso iludir-me, mas tenho que acreditar, que esta cairá em saco roto, e arrisco a (...)