desaba... Numa noite de um verão porque suspiro. Que saudades! Numa esplanada cheia de alegres convivas. Crise, qual crise? Uma mocinha fina nos modos e no perfil, servia um pouco afogueada acalorados clientes. Bebia um fino com todo o gosto, disse. Diga-me isso quando sair, respondeu-me. Surpresa! Saí a pensar o que fazer. Não voltei a dizer! Nos piores momentos deste inverno chuvoso, frio, triste, lembro-me da mocinha que servia numa esplanada. Anseio pela chegada do verão. (...)
Palco
Átrio da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Cena I
Caminho com o meu ar blasé por entre uma multidão de figurantes. Mas que coisa é essa de ar blasé? É uma pertinente interrogação. Pode ser apenas uma figura de estilo para dar ao texto alguma consistência literária. Pode mas não é só. Explico. Vestido de ganga, mesmo de contrafacção, cabelo ligeiramente despenteado, barba de três dias, andar vagamente ausente e distraído (...)
Parêntesis na crise. Sobretudo na crise de confiança. Principalmente no desânimo. Hoje é Domingo. Hoje a Primavera deu, finalmente um arzinho da sua graça. Hoje o Sol libertou-se das amarras das nuvens, brilhou e aqueceu sorridente, os nossos dias cinzentos. Hoje, voltemos a recuperar alguma alegria, soltemo-nos dos pés de chumbo(leia-se carpideiras da desesperança) que teimam em nos amedrontar. Hoje, ganhemos asas de sonho e fujamos do caminho de expiação (que não merecemos) em (...)