No tempo em que o engate fazia parte do meu quotidiano, fui convidado por companheiros de “route” para um baile particular, numa espécie de salão de bombeiros. O intuito era reunir malta jovem vinda de distantes regiões do país e que vivia numa zona da cidade grande, para tirar, num corpo a corpo ritmado, um sarro com umas macacas, expressão usada por um amigo meu,o Joaquim, creio que com sentido carinhoso. Na hora marcada compareci com a minha turma para dar o anunciado pé de (...)
Imagem net O futebol monopoliza as atenções. Nos grandes meios de comunicação social a antena está ocupada com o mundial. São horas e horas de jogos, análises, debates, previsões. Um enjoo mesmo para quem gosta de futebol como é o meu caso. Dizem que é do que o povo gosta. É verdade. Há anos que o povo gosta de pão e circo. Mesmo que haja mais circo que pão. Para os governantes é uma benção. Pena não haver mundial o ano todo. Era uma constante manipulação. Está nos (...)
Em 23 de Setembro de 1973, morre Pablo Neruda poeta, diplomata , político com intervenção cívica por uma sociedade mais justa. Diz-se que morreu de tristeza por não resistir ao fim da primavera democrática e socialista do seu país, esmagada pelas botas cardadas da bestialidade e de um ditador sem nome que se perderá na poeira da história. Mas Neruda ficará vivo para sempre na saudade da sua poesia. Saudade Saudade - O que será... não sei... procurei sabê-lo em (...)
Tanto tempo e tempo nenhum. Ary dos Santos 25 anos depois tem a mesma juventude, a mesma irreverência, a mesma actualidade. Quem tem o dom de dançar com as palavras todas as danças, de olhar o mundo com sensibilidade e bom gosto, não nasce, nem morre. É imortal, mesmo quando habita na Rua da Saudade:
luso-poemas.net Passou a obrigação de namorar. Hoje podemos voltar à liberdade de o fazer, se pudermos, quisermos ou estivermos para aí virados. Seja como for e se alguma saudade apertar "encosta a tua cabecinha a um ombro e Chora" (ou não), como sugere esta canção sertaneja. MG
Alice O ano de 1975 foi a mãe (ou o pai ) de todas as emoções: revolução, liberdade, democracia, discussão, convívio, utopia. Vivia-se em constante turbulência, uma espécie de Maio de 68 retardado. Todas as ilusões, todas as utopias estavam em aberto. Frequentava o ensino nocturno num colégio privado. Todos os que lá estávamos queríamos aprender mais. Discutíamos entre nós e com os professores a situação política. Estudava numa turma de preparação para o exame (...)
Para todos os aniversariantes de hoje e de todos os dias. Para todos os que tiveram ou não tiveram festas de anos. Para todos os que foram crianças e que já não sendo, ainda o são, aqui deixo esta reflexão sobre a idade da inocência na pena de Álvaro de Campos ( Fernando Pessoa).
Aniversário
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
[473] No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma (...)
Lisboa é barco,
é batel,
cidade de sombra e luz;
é água, Babel,
adaga,
espada e cruz
Lisboa é guerra ,
é vingança,
amor,ódio e traição;
é justiça e esperança,
1383,
justiça e revolução
Lisboa é sol,
é pimenta,
caravela sem idade;
é vela,mar, tormenta,
poesia,
sonho e realidade
Lisboa é ouro
é Brasil
passarola intemporal;
é acúcar e anil,
cheiro, pregão,
luz e cal
Lisboa é grito,
tristeza,
fado menor e vadio;
é (...)
Ontem estive mais uma vez em Coimbra. Visitar esta bonita cidade enamorada eterna do velho novo Mondego, genuinamente português, é um enorme prazer. Coimbra é única nas suas singularidades. Na sua Universidade centenária, no inspirador penedo da saudade, nas suas tricanas de sempre, na sua música tradicional...
Coimbra é uma nação, um microcosmos nacional, local de encontro do Portugal de ontem e de hoje .Quando deixo Coimbra conto os dias para voltar. E volto com (...)
Coimbra é uma lição De sonho e tradição O lente é uma canção E a lua a faculdade O livro é uma mulher Só passa quem souber E aprende-se a dizer Saudade
Coimbra está distante fisicamente, mas sempre presente como impressão que me enebria os sentidos e purifica o espírito. Na minha última visita a esta inspiradora cidade, reavivaram-se memórias sobre o tempo mítico de quinhentos, que inspirava Luís Vaz de Camões. Dos seus poemas nutro especial carinho por (...)