Tanto tempo e tempo nenhum. Ary dos Santos 25 anos depois tem a mesma juventude, a mesma irreverência, a mesma actualidade. Quem tem o dom de dançar com as palavras todas as danças, de olhar o mundo com sensibilidade e bom gosto, não nasce, nem morre. É imortal, mesmo quando habita na Rua da Saudade:
Não fora a música e este vale de tristezas em que vivemos ainda seria mais deprimente. A música dá à vida a ilusão de que ela se compõe. A música catapulta-nos para patamares mais elevados da existência, para uma espécie de nirvana dos sentidos, que nos resgata dos subterrâneos soturnos do deve e haver.
A música tem evoluído ao longo da história da humanidade em paralelo com contextos e conjunturas específicas. Nos anos 50 surgiu no EUA na continuidade dos blues e com (...)
Vivemos tempos de incerteza. O mundo quase perfeito de prosperidade e bem estar que se julgava intocável parece querer desabar. Haverá muitas e complexas razões para explicar esta mudança. Há uma que me parece evidente e colho-a na lição da evolução histórica. Ao longo dos séculos nasceram e desapareceram civilizações que se consideravam inexpugnáveis. Mas como a actual só o eram na aparência porque os sistemas sobrevivem enquanto se auto-sustentam na suas dinâmicas (...)