O Relvas foi-se embora
E a vida pra mim mudou
O que vou fazer agora
Sem um clown para o show
As horas são mais sombrias
Os dias parecem anos
Foram-se as alegrias
De enganos e desenganos
Ficam as análises frias
Dos verdadeiros ciganos
Ó tempo volta pra trás
Ameniza a minha pena
Pois quero voltar a ouvir
Relvas Grândola morena
Á sombra de uma azinheira
Já só resta a saudade
De ouvir a versão foleira
Na voz da minha cidade
Ó tempo volta pra trás
Com (...)
Diz-se que um relatório da inspecção da Educação encontrou ilegalidades na licenciatura do ex-ministro Relvas. Antes licenciado por uns dias que deslicenciado toda a vida. Seja qual for a consequência deste relatório, esse prazer ninguém lho tira. Relvas é o paradigma da chico espertice nacional. Não percebo tanta abespinhação. Com excepção de alguns parolos com a mania da honestidade quem não aproveitaria? Pergunto eu? Com toda a solidariedade tuga, aqui reponho (...)
Miguel Relvas considerou que a situação dos desempregados é culpa dos "instalados". E quem são os instalados? Sou eu, é você se ainda tem sorte em ter trabalho. São os pensionistas e todos os trabalhadores em actividade. Agora percebe-se melhor porque se especializou este governo em destruir empresas e empregos. É que não gosta de "instalados".
A Grândola está a ser adoptada como senha de movimentos de contestação informal, isto é sem enquadramento partidário. Cantar a canção de Zeca Afonso foi a forma de expressão mais eficaz de tornarem a contestação visível. Não vejo nestas acções pacíficas de protesto, qualquer limitação da liberdade dos governantes, como deputados PSD e outros papas da opinião (ex: Barreto) querem fazer crer. É que o conceito de liberdade não pode ser unívoco como muito bem se lembra (...)
"Ninguém me leva a sério." Esta frase foi dita pela Sandra. Mas quem é Sandra? é a pergunta lógica. Para ser preciso não sei. O que sei é que a Sandra é uma concorrente da Casa dos Segredos. E digo que não a conheço porque esse é um programa que não vejo. E não vejo por snobismo ou por qualquer mania de superioridade intelectual. Não vejo porque não gosto. Ponto final. Conheci a frase pela imprensa e ainda bem, pois foi como um sopro da inspiração que me anda madrasta. (...)
Esta noite tive um sonho. Um sonho prometedor. Sonhei que era ministro. Coisa que nunca fui, não serei e duvido que queira ser. Mas os sonhos não dependem da nossa vontade e tive que aceitar. Só que não era ministro eu mesmo. Estranho? Real como nos sonhos. O ministro que eu mesmo não era, era um ministro mesmo ministro e que era eu. Confuso? Como os próprios sonhos. Ao menos podia ter sido um ministro interessante como o Manuel Pinho, aquele que pôs os palitos ao deputado do PCP. (...)
Ó Relvas, Ó Relvas
Diploma à vista.
És um artista
da oportunidade,
transportas o vício
da facilidade!
(três vezes)
Nascestes no mundo Jota
E nele foste formado
Para enganares quem vota
e chegares a deputado!
Ó Relvas, Ó Relvas
canudo no bolso.
És um colosso
da velocidade,
fizeste num ano
a universidade
a universidade
(três vezes)
Tens orgulho quando falas
da inédita formatura,
sem nunca teres ido às aulas
Tiraste a licenciatura!
Fize (...)
Ó (r)Elvas, ó (r)Elvas
Secretas à vista
És contrabandista
De falsa verdade
Transportas no peito
Tanta iniquidade.
Eu nasci em Portugal
Entre Minho e Guadiana
Sinto vergonha quando vejo
À solta tanto sacana
Ó (r ) Elvas ó (r ) Elvas
Coelhinho à vista
Sois contrabandistas
Da nossa liberdade
Transportais no peito
Muita barbaridade.
A malta deste governo
Chamou-me de gastador
Mas nem mesmo no inferno
Deve haver tanto estupor.
Eu nasci num país
(...)
Tenho de me render à evidência. Estou mesmo a ficar velho. E digo-o porque me estou a transformar-me num bicho de rotinas. Foi assim que ontem por ser domingo e querer fazer um parêntesis numa semana sem horizontes, me vi novamente aterrar nas Caldas da Rainha, aonde ainda há pouco tinha estado. Por outro lado, a ida a esta cidade teve o condão de me distrair do quotidiano pobre e das lutas de alecrim e manjerona entre Álvaro e Gaspar e poder mergulhar no Portugal profundo. Mais (...)