A escritora Agustina Bessa Luís usou num dos seus romances que a história é uma ficção controlada. Completamente de acordo. Não é por acaso que a história está constantemente a ser reescrita. Mudam-se os tempos, sucedem-se as correntes historiográficas, alteram-se as ideologias dominantes e mudam as interpretações. Ora se dá mais importância aos heróis, ora se privilegia o papel do colectivo, ora se acentua a vertente política, ora se promove estrutura económica, ora se (...)
A prenda no sapatinho
de manhã na chaminé
era um acto de fé
e a esperança no carinho
de um menino como nós
Com pais, irmãos e avós.
Não havia pai natal
nem pinheiro iluminado
e nem dinheiro emprestado
para comprar o consumo,
pois no pequeno sapato
só cabia o mais barato.
E Jesus não era rico
mas um pobre solidário ,
que cumpriu o seu fadário
e com justiça divina
deu a todos por igual,
sem razão comercial.
Nasceu numa manjedora
nas estrel (...)
sempre o Futuro, Sempre! e o Presente
Sempre o futuro, sempre! e o presente Nunca! Que seja esta hora em que se existe De incerteza e de dor sempre a mais triste, E só farte o desejo um bem ausente! Ai! que importa o futuro, se inclemente Essa hora, em que a esperança nos consiste, Chega... é presente... e só á dor assiste?... Assim, qual é a esperança que não mente?
Desventura ou delirio?... O que procuro, Se me foge, é miragem enganosa, Se me espera, peor, espectro (...)
Correr atrás do passado é como correr atrás do vento, jamais o alcançaremos. Artesãocioso do blogue Origens Esta frase retirada de um texto de João Gonçalves, numa lúcida reflexão sobre o passado, inspirou-me esta outra: Correr atrás do futuro é ser levado pelo vento, não se sabe para onde nos leva. Talvez por isso não me sinto nem passado nem futuro, sinto-me presente, sinto-me cada instante que conscientemente vivo, consequência do instante que já passou e (...)