No dia em que ia fazer onze anos José acordou, como sempre acontecia, com a luz matinal que de mansinho escorria pelas frinchas do caniço. A tenebrosa escuridão que o mantinha escondido, entre a enxerga e o cobertor, ia desaparecendo tal como os medos que à noite lhe povoavam a mente.
Percorreu ensonado o corredor que o levava até à pequena cozinha da casa dos seus avós com quem vivia por opção. Da esculateira desprendia-se o aroma do café de cevada que todas as manhãs lhe (...)
Nota: Quer acredite ou não em milagres, esta ficção aconteceu. No momento em que estava sentado à frente do seu patrão, José, lembrou-se do dia em que foi pescar com o seu avô. O patrão, António Oliveira que o mandara chamar ao seu gabinete,. disparou: -Senhor José, mandei-o chamar para lhe dizer que vamos dispensar os seus serviços nesta empresa. -Acorda Zé, disse o pai com uma entoação firme, mas suave. -(…) -O que lhe estou a dizer, continuou Oliveira num (...)
Um dia de anos No dia em que ia fazer onze anos José acordou, como sempre acontecia, com a luz matinal que de mansinho escorria pelas frinchas do caniço. A tenebrosa escuridão que o mantinha escondido, entre a enxerga e o cobertor, ia desaparecendo tal como os medos que à noite lhe povoavam a mente. Percorreu ensonado o corredor que o levava até à pequena cozinha da casa dos seus avós com quem vivia por opção. Da esculateira desprendia-se o aroma do café de cevada que todas as (...)