Os autores do colossal aumento de impostos de há quatro anos não têm memória. Ignorando o processo que retirou rendimentos directamente aos trabalhadores, surgem agora como críticos da aplicação de alguns impostos indirectos, que o actual governo teve de aplicar depois da pressão de Bruxelas, como moeda de troca para aceitar o Orçamento do Estado. Mas a maior manifestação da falta de vergonha, prende-se com a tentativa repllicada pelos seus pontas de lança na comunicação, (...)
Temos uma democracia sui generis, e que poderá ser um caso de estudo. De facto, temos um Governo, mas dois primeiro-ministros, o que está em funções institucionais, e o que não sendo, ainda pensa que o é, e que se comporta como tal. O comportamento de Passos, quer na forma, quer no conteúdo, é de um chefe de governo, injustamente afastado e nesta perspectiva numa situação exilado à espera do regresso triunfante. Toda o ritual que o acompanha comprova esta teoria: a pose (...)
A campanha eleitoral veio para ficar. Até às eleições legislativas não vai haver um dia de descanso. Do lado da maioria que nos governa, o mote está dado: herdaram o caos e conseguiram estabecer a ordem. Com muitos sacrifícios, com empobrecimento, com desemprego, com emigração. Mas toda a culpa recai nos que os precederam. Portanto, deslocam o foco da discussão da sua acção para o que existia antes.
O que se verifica é que a oposição está a escorregar nesta casca de (...)
Pedro Passos Coelho, citado pela jornalista Constança Cunha e Sá terá afirmado que estamos condenados a ser pobres, porque os cidadãos dos países do Norte não vão continuar a poupar para nós, mandriões do Sul, continuarmos a gastar. Este tipo de declaração, feita pela primeiro ministro de Portugal, é na opinião desta jornalista, que costuma comentar no noticiário da TVI noticias às vinte e uma horas, intolerável ( termo meu). Acrescenta que não é admissível que o (...)
Há dias em que queremos dizer alguma coisa mas não temos mesmo nada para dizer. O melhor seria fazer uma pausa sabática. Mas não, insistimos, forçamos a nota e botamos discurso. Em linguagem popular chama-se encher chouriços, um pouco à imagem de debates políticos ou conferências de imprensa de treinadores de futebol. Então fala-se das inclemências do tempo, da desonestidade das arbitragens, do milagre económico do Governo, da redução espectacular do défice, do adiamento (...)
Vi muita gente incomodada com a reunião das esquerdas organizado por Mário Soares com a colaboração do reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da Nóvoa. Vi gente preocupada sobretudo da área dos partidos do Governo. Dizem que foi excessivo, que teve comportamento anti-democrático, que apelou à violência. Compreende-se. É que houve naquele encontro um breve flash de verdadeira oposição. Foi pena que as esquerdas que para além da presença não se tenham empenhado. Foi pena (...)