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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

  I A ocasião faz o ladrão Romeu da Maia dirigia com eficiência a loja de eletrodomésticos, propriedade da família. Fruto proibido de uma relação contrariada da mãe, Eduarda da Maia, na juventude, nunca conhecera o pai biológico. O seu verdadeiro pai, que o educou e lhe abriu as portas da vida foi o marido da sua mãe, um empresário ligado ao grande comércio. Depois de ter regressado da guerra colonial onde se destacou como oficial miliciano, Romeu foi viver sozinho para um (...)
Já não me espantam as contradições da natureza humana. Do mesmo modo aceito, naturalmente, as minhas. Antes angustiava-me com a ida ao dentista. Agora espero, ansiosamente, que chegue o dia. Chego até, como imitação daqueles relógios que contam os dias ao contrário, a riscar os dias no calendário. E isto desde que a doutora Isabel, a minha dentista, ficou viúva. Ao contrário do que mentes invejosas possam pensar, o meu interesse, garanto, que se limita a prestar (...)
Desde que a minha dentista, doutora Isabel, foi presa preventivamente, que não ia ao seu consultório. Na última consulta fui atendido por uma substituta de poucas palavras. Não percebi se a doutora foi presa por perigo de fuga ou por perturbação de investigação. Por norma são estes os argumentos dos juízes justicialistas. De qualquer modo, custa-me acreditar, que uma cidadã sem estatuto mediático, tenha poder para influenciar seja o que for. Para mais, ao que me constou, ainda (...)
Escrevi este texto depois da última consulta do dentista. Hoje recuperei-o por que chegou a altura delá voltar. Estou num estado ambivalente. Para além do stress de ocupar aquela cadeira, estou em pulgas para saber se a minha dentista foi acusada do assassinato do marido ou se a vou encontrar remoçada para nova aventura. É que ela ainda vira a cabeça a muito sedutor carente.    Chegou o dia de ir ao dentista. A cadeira do dentista é para mim a tortura made in século XXI. (...)