No cumprimento do seu roteiro por Portugal a família Cuco rumou ao verde Minho. Instalou-se no duas estrelas, um pequeno hotel familiar muito digno. O problema estava na reserva feita para duas pessoas, quando os Cuco eram três. A jovem Cucozinha continuava a viajar como penetra. Logo o cavalheiro Cuco esclareceu a situação, pedindo uma cama extra. O recepcionista e também gerente foi peremptório. -vão ficar numa suite pela mesma tarifa, apenas pagam mais o preço da cama extra. Os (...)
O direito ao gozo de férias é uma conquista recente. Vem na sequências das lutas laborais e da ascensão ao poder de partidos de índole socialista. São um direito universal expresso na Declaração dos Direitos do Homem. Em Portugal, generalizam-se após o 25 de Abril de 1974. O conceito de férias inicialmente associado ao direito ao lazer, acabou por dar azo a uma revolução na economia mundial, com a criação da indústria do turismo. Ironia das ironias é a classe (...)
Há quem adore derreter o seu dinheiro em sujas e miseráveis cidades indianas. Há até quem gaste o que não tem para enfardar comida e corar ao sol nas praias da República Dominicana. Gostos. Eu mais modestamente prefiro uma escapadinha a cidades europeias ou fazer uma escapadela pela ibéria. Mas o que gosto mesmo é de deambular pelos cantos e recantos do meu país. O que gosto mesmo é apreciar a variada gastronomia regional e a autenticidade das nossas gentes. Foi assim (...)
Hoje o namoro já não tem o encanto de outrora. Pulsa ao ritmo alucinante das novas tecnologias. Assume muitas vezes um carácter quase informático. Nasce e morre à velocidade das ondas electromagnéticas. E mesmo quando se desenvolve no contacto "directo" das novas redes sociais, é muitos vezes efémero e fugaz, como o bater de asas de uma borboleta. Reflecte a sociedade de consumo, do imediatismo, do compra e deita fora. Do descartável. Viajando pelo Minho (...)
O "eu" que nós somos é composto ao longo da vida por muitos pequenos "eus". Em tempos, trabalhei nos Caminhos de Ferro. Depois saí dessa empresa e segui outros caminhos. Mas dentro de mim ficou sempre o bichinho dos comboios. Além disto, tive a honra e o privilégio de na minha infância viajar nos velhos comboios a vapor que "pouca terra...pouca terra" cruzavam Portugal de (...)
passado presente Durante as minhas andanças pelo verdejante Minho lembrei-me do médico João Semana, personagem do clássico de Júlio Dinis, As Pupilas do Senhor Reitor. Era um tradicional médico de aldeia dedicado e generoso sempre disponível para todos, pobres ou abastados. Na minha infância, numa outra latitude, numa perdida vila do nordeste algarvio árida e pouco verdejante, também havia um João Semana. Chamava-se João Dias (...)
Há terras que nos encantam particularmente vamos lá saber porquê. Acontece-me com Vila Nova de Cerveira. É uma típica vila minhota, discreta, sossegada, simpática. Não tem o bulício cosmopolita das grandes cidades, nem os seus grandes centros comerciais. Tem a singeleza de uma pequena povoação, de um pequeno país quase intacta na sua ancestral ruralidade. É um sítio aonde não (...)