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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Fui com a cara metade à capital. É sempre um prazer  visitaresta Lisboa de Costa, remoçada e reinventada sem perder a sua genuinidade. Os sentidos agradecem as sensações que a cidade proporciona. Os cheiros, os sabores, as imagens inebriam por mais que a visitemos. Lisboa é hoje como há quinhentos anos uma cidades de desvairadas gentes de estranhos falares. Respira-se alegria nas suas ruas carregadas de simbolismo. Os olhares perdem-se e encontram-se em olhares de todos os tons, (...)
    Ir a uma feira do livro é, para um viciado em livros, como para um católico militante ir em Maio ao santuário de Fátima. Como o católico não vai à espera de uma benesse imediata, como um milagre, mas por sentir uma necessidade espiritual, o adorador da galáxia de Gutemberg não vai pela necessidade de  adquirir o livro A ou B, mas para um encontro especial com o espírito das letras. Num certo sentido, ambos cumprem um ritual.   Ir em Maio à feira o livro de Lisboa, (...)
04 Jul, 2014

Canção de Verão

Este Verão anda muito envergonhado e pobrezinho. Talvez esteja a sofrer os efeitos da austeridade custe o que custar. Os ditos mercados já nos tiraram muita qualidade de vida em consequência, dizem, do nosso mau comportamento. Quem nos mandou viver acima das nossas possibilidades? afirmam. Mas parece que ainda não contentes nos querem tirar o nosso saboroso verão.  Não deixem. Com mais ou menos Sol, não percam a alegria e a esperança. E em vez dos antidepressivos das grandes (...)
O escritor catalão Ruiz Zafón criou no seu universo ficcional o cemitério dos livros esquecidos, situado numa Barcelona mítica do século passado. Nesse local, vivem os livros que desde o princípio da escrita foram sendo guardados para que, ironicamente, não se percam no esquecimento eterno. Os convidados a visitar essa estranha biblioteca, assumiam o compromisso de não denunciar o seu paradeiro e de se responsabilizarem por um desses livros.   Quando entro na feira do livro de (...)
    Deixei de viver na capital há mais de trinta anos. Contudo, de tempos a tempos desço ao povoado, como costumo dizer, para tomar um banho de cosmopolitismo e matar velhas saudades. Na minha última visita deambulava pela praça dos Restauradores quando um desconhecido me abordou com um sotaque que me pareceu familiar: -Tu não és o Carlos Antunes? -É como me tratam. Com quem estou a falar? -Eu bem me parecia. Não te vejo desde os anos setenta mas reconheci-te de imediato. Estás (...)
  (Refrão) Qual é a tua, ó meu? Andares a dizer "quem manda aqui sou eu"? Qual é a tua, ó meu? Nesse peditório o pessoal já deu. Com trinta por uma linha Esburacaste a Liberdade E a Alegria É só puxar a Pontinha Cai o Carmo e a Trindade No mesmo dia Com tanta Ladra no mundo O teu Rato andava à caça de Sapadores Quanto mais a dor Dafundo Menos a gente acha Graça Aos ditadores (Refrão) O Intendente semeou O Desterro e o Calvário Sem nenhum dó Mas (...)
Ir a uma feira do livro é, para um viciado em livros, como para um católico militante ir em Maio ao santuário de Fátima. Como o católico não vai à espera de uma benesse imediata, como um milagre, mas por sentir uma necessidade espiritual, o adorador da galáxia de Gutemberg não vai pela necessidade de  adquirir o livro A ou B, mas para um encontro especial com o espírito das letras. Num certo sentido, ambos cumprem um ritual.   Ir em Maio à feira o livro de Lisboa, mãe  (...)
  Para mal dos meus pecados acompanhei uma dama à capital. Acomodei-me no lugar do pendura e lá fui, pensando de mim para mim, "vamos lá ver se isto corre bem". Não correu! Diga-se em abono da verdade que não sou sexista, nem um bocadinho. Mas que há coincidências há.   Nada a ver com a condução. Admito que não faria melhor. O diabo está nos detalhes, melhor, no estacionamento. Contudo, parecia que começava bem. Parque pago, daqueles onde se põe umas moedinhas, (...)
12 Dez, 2011

Lisboa é

Lisboa é barco, é batel, cidade de sombra e luz; Lisboa é água, Babel, adaga, espada e cruz   Lisboa é guerra , é vingança, amor,ódio e traição; Lisboa é mudança e esperança, 1383,  justiça e revolução   Lisboa é sol, é pimenta, caravela sem idade; é vela,mar, e tormenta,  é sonho e realidade   Lisboa é ouro é Brasil passarola intemporal; é acúcar e anil, cheiro, pregão,  luz e cal   Lisboa é grito, tristeza, fado menor e vadio; é realidade e mito,