Acreditam em coincidências? Acreditem ou não, garanto que elas acontecem. Pois, e como já escrevi, continuo a tomar o meu café diário, no local onde antes me era servido pela Lili. E deixou de o ser, a partir do dia, em que a eficiente jovem, desapareceu de cena. Mas vou sempre, com a esperança que a Lili ainda apareça, como um D. Sebastião em dia de nevoeiro. E não é que ao contrário do desaparecido rei, a Lili apareceu mesmo, enquanto degustava a minha bica?
Esta minha (...)
A crise da natalidade não se nota na presença de mulheres nos mais diversos serviços. Ainda bem. Em escolas, em hospitais, no comércio, nas compras parecem-me sempre em maioria. Além disso estão cada vez mais bonitas. Mas, modéstia à parte, os homens não lhe ficam atrás. Na pastelaria onde vou tomar café o serviço é prestado exclusivamente por lindas senhoritas. É , foi e será. De quando em vez há renovação de pessoal e lá vêm novas caras larocas
A última (...)
Dezembro 2012. A vida suspensa à espera do fim do mundo. Há que fazer um upgrade (estrangeirismo) antes que tudo acabe e enquanto há tempo. Revisito a infância. Banalidades indignas de relevo. Subo mais uns anos e paro na adolescência. Muitas recordações, apenas nostalgia. Tem que ser um regresso ao real. A ideia começa a ficar clara. Tenho de regressar à escola.
O plano é o seguinte: com a cumplicidade de companheiros de route (mais um estrangeirismo) vou ser matriculado numa (...)
velasardemsempreateaofim.blogspot.com Nasci numa aldeia do interior. Cresci numa casa rústica, sem água, sem luz eléctrica. Fiz a instrução primária e excepcionalmente conclui o 1ºciclo dos liceus (actual 6.º ano). Rumei à cidade para fugir ao duro trabalho da agricultura de subsistência, que estava reservada à maioria da população. Entrei no mundo do trabalho, tinha cerca de doze anos.O meu primeiro vencimento foram cinquenta escudos em moeda antiga. Mais tarde, (...)
Nasci, no pós -2." guerra mundial numa pequena aldeia de um país pasmado chamado Portugal. Os meus pais eram pequenos e humildes proprietários agrícolas. Não tive acesso ao ensino liceal, privilégio, como muitos outros jovens dessa época. O ensino médio e secundário era frequentado por uma elite com emprego sempre garantido. No meu primeiro trabalho recebia uma gratificação sem qualquer tipo de recibo. Fiz a minha formação académica no ensino nocturno como trabalhador (...)