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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

12 Jul, 2015

Delim delão

toca o sino pra procissão corre o emigra no seu carrão estala o foguete na festa de verão   O rosmaninho rasteja no chão milhares de rodas comem alcatrão baratas tontas em diversão felicidade em poluição   À romaria chega o ladrão com  muitos sorrisos semeia ilusão parte confortado por grande ovação o sino repica pra corrupção   Roubam a seara pra tirar-lhe o pão espremem o suor como um limão esquece-se a injustiça e a aflição pára a (...)
Já não me espantam as contradições da natureza humana. Do mesmo modo aceito, naturalmente, as minhas. Antes angustiava-me com a ida ao dentista. Agora espero, ansiosamente, que chegue o dia. Chego até, como imitação daqueles relógios que contam os dias ao contrário, a riscar os dias no calendário. E isto desde que a doutora Isabel, a minha dentista, ficou viúva. Ao contrário do que mentes invejosas possam pensar, o meu interesse, garanto, que se limita a prestar (...)
02 Nov, 2014

O poeta solitário

Rita (nome fictício) entrou na sala de professores com um ar estranhamente afogueado. A professora na casa dos cinquenta dirigiu-se a uma colega com quem partilhava cumplicidades e entregou-lhe um pequeno e perfumado pedaço de papel. Encontrei-o no para brisas do carro, no estacionamento do pingo doce. (passe a publicidade que o unhas de fome do Jerónimo Martins não me paga nem um cêntimo furado) A colega solicitada leu um pequeno texto em letra de forma:   A MULHER É COMO O VINHO  QUA (...)
   Dança de danados com cadeiras Manhã Aquele sábado de fim de primavera amanhecera escuro e chuvoso. Parecia que o céu, com o seu cortejo de nuvens prenhes como odres, se ia abater sobre a terra seca e faminta de água. Às oito da manhã nasci da cama com os primeiros raios de sol que se esparramavam pelas frinchas das janelas sem as lentes de vidro que nos protegiam dos ataques do suão (...)