A escritora Agustina Bessa LuÃs usou num dos seus romances que a história é uma ficção controlada. Completamente de acordo. Não é por acaso que a história está constantemente a ser reescrita. Mudam-se os tempos, sucedem-se as correntes historiográficas, alteram-se as ideologias dominantes e mudam as interpretações. Ora se dá mais importância aos heróis, ora se privilegia o papel do colectivo, ora se acentua a vertente polÃtica, ora se promove estrutura económica, ora se (...)
Transcrição do texto de Viriato Soromenho Marques, publicado no DN. Sem comentários. O maior sujeito da história Já acreditámos que o sujeito da história residia na vontade divina, em heróis messiânicos, no impulso para a paz universal, no motor da luta de classes, na expansão do mercado livre. Contudo, nenhuma dessas teses resistiu ao atrito da realidade. No interior do fio enrodilhado da história espreita, pelo contrário, a estupidez humana (que Einstein considerava ser mais (...)
imagem net  Setenta anos depois Auschwitz não pode ser apenas uma efeméride institucional. O que ali se passou tem de estar permanentente vivo na memória dos povos. A brutalidade e a desvalorização da dignidade humana são um momento negro que não se deve repetir. A igualdade entre povos, culturas, religiões, tem que ser a imagem de marca de sociedades evoluÃdas. A xenofobia e o racismo, de novo a querer germinar neste inÃcio do século vinte e um, alimentaram este (...)
  No tempo da escola salazarista não havia nenhum aluno que não conhecesse a história do Decepado. Duarte de Almeida, o Decepado, era apresentado como um exemplo de heroÃsmo, por ter arriscado a sua vida em prol dos valores pátrios. Numa batalha contra Castela, em que era porta-estandarte, resistiu ao inimigo até cair exangue. Para lhe tirarem a bandeira nacional cortaram-lhe a mão direita. Resistindo à dor conseguiu segurá-la com a esquerda que também foi decepada. Por (...)
 imagem sapo  A Europa continua num desvario. De há anos que o projecto de unidade europeia, iniciado no pós-guerra, está a dar tiros no pé. O principio de solidariedade entre nações que visava criar um espaço economicamente dinâmico e socialmente equilibrado é cada vez mais uma ilusão. Os demónios da xenofobia renascem paulatinamente das cinzas. A divisão entre os laboriosos do norte e os preguiçosos do sul está na ordem do dia. A Alemanha recuperada da hecatombe da (...)
Passos Coelho tem um lugar garantido na História. Não o terá como governante lúcido, honesto e competente que não é. Muito menos o obterá como grande estadista  que nunca será. Também não ganhará esse lugar por ter destruÃdo em tempo recorde o débil tecido económico português com todas as consequências que se conhecem.
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A História recordá-lo-á como inventor de tiradas anedóticas sem sentido e sem nexo. Quem não se lembra do "temos de empobrecer", do "vivemos (...)
Português suave e triste
Da puta que te pariste
És filho de uma monção.
Enquanto lavas no rio
Roupa  de fome e de frio
Inventas uma nação.
Com as tábuas do teu caixão
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Português suave e triste
Do povo de onde saÃste
Fizeste a revolução
Com a tua própria mão.
Com teu sangue abençoado
Regaste o teu chão sagrado
Mas a tua vida não
Â
Português suave e triste
Com saudade partiste
Nas asas de uma oração,
Com pimenta te vestiste
E como foste viestes
à (...)
A Grécia vive acima das suas possibilidades. Os gregos são preguiçosos. Os gregos gastam muito e trabalham pouco. Esta visão da Grécia foi apresentada como evidência negativa. Pode confundir-se como uma constatação meramente pragmática. Pode confundir-se mas não tem nada de pragmatismo. A ideia de uma Grécia/cigarra, é claramente ideológica. Faz parte de um processo desencadeado pelo actual directório europeu (leia-se Merkl, Schauble) para minimizar todos os paÃses do sul, (...)
Trafulhice
Gatunuce
Ulrich
É fixe
Â
Ulrich
História
Sem glória
Escravatura
Ditadura
Servidão
Exploração
Capitalismo
raquitismo
É fixe
Â
Â
Aguenta
Com abrigo
Sem abrigo
Estou contigo
 Amigo Ulrich
Que se lixe
És fixe
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Austeridade
É igualdade
Do salafrário
Ao zé otário
Do abastado
Ao desgraçado
Que se lixe
austeridade
É fixe
Socialismo
da pulhice
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MG
Ninguém entende o homem. Tendo-lhe sido perguntado se o povo aguenta mais austeridade, respondeu: aguenta, aguenta! Caiu o Carmo e a Trindade. Não entendo. Mas afinal não falou verdade? Não aguentou serenamente quarenta anos de ditadura? Não aguentou em silêncio comendo medo? Não aguentou a violência dos esbirros da PIDE quando mostrou coragem?
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Ninguém entende o homem mesmo quando tenta clarificar o seu pensamento: se até os sem-abrigo aguentam porque não havemos de (...)