23 Mar, 2016
O morto-vivo
A trágica notícia chegou em carta manuscrita no correio da manhã. Clotilde Cavaco abriu o envelope surpresa, tirou a folha de linhas e começou a ler. De repente mudou de cor. Do rosado ao branco passando pelo roxo o seu rosto gastou todas as cores do arco-íris. As pernas recusaram-se a segurar o corpo em abalo sísmico. Espalhou-se pelo chão como um baralho de cartas em mão de batoteiro.
Aparecido Cavaco o irmão caçula saiu detrás do balcão onde pesava uma barra de sabão (...)