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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

01 Jul, 2014

Parabéns Carlos

Carlos do Carmo tem uma carreira de cinquenta anos. São muitos dias muitas horas a cantar. Conjuga na perfeição tradição com a modernidade. A qualidade da sua música não passou despercebida à Academia latina. Com toda a justiça atribui-lhe o Grammy de carreira. O primeiro da sua espécie que residirá em Portugal. Parabéns Carlos. Da sua vasta obra o difícil é escolher. É hora de palavra cantada. Viva a música.          
Nos saudosos tempos da minha juventude cantava-se de norte a sul e de este a oeste "Ó tempo volta pra trás". A voz matriz deste fado era a de António Mourão. Era um tempo de ideias rigorosamente vigiadas. Era um tempo de liberdade totalmente condicionada. Era o tempo dos três efes, da mediocridade assumida como destino, do pobrete mas alegrete. Certamente que não haveria ninguém que quisesse voltar para trás. O que se queria era andar para a frente rumo a uma vida digna. Mourão (...)
22 Ago, 2013

Desfado

O fado é património oral e imaterial da humanidade. As suas origens são indefenidas e têm dado azo a várias explicações. Nascido em Lisboa, o certo é que o fado se torna canção nacional.  "O fadista canta o sofrimento, a saudade de tempos passados, a saudade de um amor perdido, a tragédia, a desgraça, a sina e o destino, a dor, amor e ciúme, a noite, as sombras, os amores, a cidade, as misérias da vida, critica a sociedade…" O fado marinheiro é considerado o primeiro fado.  
31 Jul, 2013

Nascida para cantar

imagem youtube   Cada um é para o que nasce, diz um velho aforismo popular. A ser assim, Gisela João, uma cantora, especialmente engajada como fado, nasceu para cantar. Para sustentar esta afirmação não são necessários grandes argumentos. Basta ouví-la. Uma voz que musicalmente não sei caracterizar, mas que tem qualquer coisa de encantatório. Mas mais do que isso, Gisela impôe-sepela entrega, pela forma como sente o que canta e pela naturalidade com que o transmite. Mesmo (...)
 Francisco Rodrigues Lobo, poeta e escritor do século XVI, escreveu. Marco Rodrigues fadista do século XXI, cantou. Eis o resultado:       Tão tirana e desigual Sustentam sempre a vontade, Que a quem lhes quer de verdade Confessam que querem mal; Se amor para elas não vale, Coração, olha o que queres: Que mulheres, são mulheres... Coração, olha o que queres: Que mulheres, são mulheres... Coração, olha o que queres: Que mulheres, são mulheres... Se alguma (...)
O Relvas foi-se embora E a vida pra mim mudou O que vou fazer agora Sem um clown para o show   As horas são mais sombrias Os dias parecem anos Foram-se as alegrias De enganos e desenganos Ficam as análises frias Dos verdadeiros ciganos   Ó tempo volta pra trás Ameniza a minha pena Pois quero voltar a ouvir Relvas Grândola morena Á sombra de uma azinheira Já só resta a saudade De ouvir a versão foleira Na voz da minha cidade Ó tempo volta pra trás Com (...)
Ó tempo volta para trás   O Sócrates foi-se embora Á vida para mim mudou Esta cá  a troika agora E quase tudo me tirou   As horas são como dias As horas são como dias Os dias são como anos Já só resta a saudade Já só resta a saudade Depois de tantos enganos   Refrão Ó tempo volta para trás Traz de volta o que perdi Tem pena e leva contigo A Merkle e o Sarkozi Como levaste o Mourão Ó tempo volta para trás Ao tempo da vida sã E traz o Sócrates de volta (...)
27 Nov, 2011

Parabéns

O fado é uma invenção nacional e o que é nacional é bom. Pondo de parte a polémica das suas origens, o fado só podia ser português porque traduz a idiossincrasia da alma lusa. Nascido em Lisboa, depressa se tornou canção nacional, cantado nos campos e nas cidades. Independentemente dos temas, não o considero uma canção triste. Pelo contrário, vejo-o como uma forma do povo exprimir os mais variados sentimentos isto é como uma forma de exprimir a vida. Alguém imagina um (...)
23 Jul, 2011

O xaile

Fado: destino, fatalidade, Providência      O xaile de minha mãe Que me aqueceu com carinho mais tarde serviu também pra agasalhar meu filhinho.         O xaile é uma peça de vestuário que caíu em desuso. Na prática continua associado ao fado, versão feminina.  Em il tempori, o xaile era para as mulheres dos meios rurais  como os chapéus para os homens, ou seja, andar sem essas peças de vestuário era como estar despido. A mulher camponesa, usava-o como agasalho ou (...)
 Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, - não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: - mais nada. Cecília Meireles       A poesia reflecte a vida. A (...)