Tantos anos a dar cabo da cahimónia para ser estagiário de seiscentos patacos ou privilegiado do salário mínimo da parvónia que nem dá para comprar sapatos Esfalfei-me para tirar o curso de Bolonha fiz na boa o velho Erasmus com tanto empenho e nem fiz ronha As gajas não ligam, mas que treta que interessa ser bonito sem ter cheta
É sexta feira andei a semana toda teso e sem nenhum pilim quero dar uma... pimpimpim
Andam ai os figurões da alta roda a dar cabo desta merda toda (...)
"É uma austeridade com ética"
Marco António, membro do governo de Portugal
A ética pode ser austera? A austeridade pode ser ética? Ética e austeridade sendo significantes têm um ou mais significados. Há ética na austeridade? Eis a uma boa questão!
Que me perdoem Sócrates, Platão, Spinoza, Descartes, Voltaire, Kant e muitos outros do métier, por meter foice em seara alheia. Ao buscar significados li que "a ética busca fundamentar as acções morais apenas pela (...)
Maio foi, o século XIX, período de luta por horários de trabalho dignos. Não foi fácil, morreu gente. Conseguida a jornada de trabalho de oito horas diárias, o primeiro de Maio sagrou-se como dia comemorativo da conquista de direitos de cidadania. E assim continua a ser ano após ano. Mas passado mais de um século, neste início do século XXI, a exploração dos trabalhadores, com redução de regalias conseguidas, voltou à ordem do dia. Significa que as conquistas por (...)
O melhor do ano que vai terminar seria o que devia ter acontecido e não aconteceu, a saber: a reposição dos salários inconsticionalmente reduzidos; o pagamento integral das pensões ilegalmente diminuídas, a valorização do trabalho, usado apenas como reprodutor de mais valias; a reapreciação do sistema de impostos depois de um brutal aumento sobre os rendimentos do trabalho; a valorização da educação descaracterizada há mais de três anos; o respeito pelo direito à (...)
Depois da fome, da guerra Da prisão e da tortura Vi abrir-se a minha terra Como um cravo de ternura E agora o povo unido nunca mais será vencido Este poema de Ary dos Santos que foi canção ícone da revolução dos cravos é exemplificativo do exagero ingénuo dos poetas. Por duas ordens de razões: a primeira é que o povo nunca foi unido; a segunda é que sempre foi e continuará a ser vencido. O povo aqui visto como a classe produtora, aquela que produz a riqueza, mas que dela (...)
Durante a minha infância a pobreza era assumida como um destino. Mais pobre que os pobres, da aldeia onde nasci, era o Descalço, caldeireiro itinerante. Em tempos de apologia da pobreza e de concretização de um processo de empobrecimento como um objectivo necessário e até como um castigo para os portugueses, aqui presto justa homenagem ao Descalço, esteja onde estiver. Nesta sociedade condenada, pelos seus principais dirigentes, à pobreza sem fim, os "Descalços" vão começar a (...)
Eis a verdade nua e crua. Cinquenta por cento da riqueza está nas mãos de um por cento da população. Os outros noventa e nove por cento dividem a outra metade da riqueza. Sendo certo que essa distribuição também está muito longe de ser equitativa. Possivelmente continuará a aplicar-se a mesma formula, ou seja uma pequena minoria açambarcará mais metade dos cinquenta por cento. Deste modo às mãos da maioria chegam apenas migalhas para poder sobreviver e garantir a criação da (...)
"É preciso elevar o povo à altura da cultura e não rebaixar a cultura ao nível do povo"
Simone de Beauvoir
Nasceu num dia 9 de Janeiro e viveu grande parte da sua vida (...)
A prosperidade europeia e do seu prolongamento (EUA) fez-se à custa da exploração da riqueza de outros continentes. Só assim foi possível usufruir da maior parte do rendimento do planeta e distribuí-lo por todas as camadas sociais. Por detrás dessa prosperidade está muito trabalho semi-escravo na Ásia e na África.
A Ásia está a libertar-se desse jugo e a exigir a sua fatia do bolo. A África fa-lo-à um dia. As fatias são agora mais pequenas. As populações europeias (...)