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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

13 Jan, 2017

É sexta feira

Tantos anos a dar cabo da cahimónia para ser estagiário de seiscentos  patacos ou privilegiado do salário mínimo da parvónia que nem dá para comprar sapatos Esfalfei-me para tirar o curso de Bolonha fiz  na boa o velho Erasmus com tanto empenho e nem fiz ronha As gajas não ligam, mas que treta que interessa ser bonito sem ter cheta É sexta feira andei a semana toda teso e sem nenhum pilim quero dar uma... pimpimpim Andam ai os figurões da alta roda a dar cabo desta merda toda (...)
"É uma austeridade com ética"   Marco António, membro do governo de Portugal   A ética pode ser austera? A austeridade pode ser ética? Ética e austeridade sendo significantes têm um ou mais significados. Há ética na austeridade? Eis a uma boa questão! Que me perdoem Sócrates, Platão, Spinoza, Descartes, Voltaire, Kant e muitos outros do métier, por meter foice em seara alheia. Ao buscar significados li que "a  ética busca fundamentar as acções morais apenas pela (...)
01 Mai, 2015

Maio de luta

Maio foi, o século XIX, período de luta por horários de trabalho dignos. Não foi fácil, morreu gente. Conseguida a jornada de trabalho de oito horas diárias, o primeiro de Maio  sagrou-se  como dia comemorativo  da conquista de direitos de cidadania. E assim continua a ser ano após ano. Mas passado mais de um século, neste início do século XXI, a exploração dos trabalhadores, com redução de regalias conseguidas, voltou à ordem do dia. Significa que as conquistas por (...)
O melhor do ano que vai terminar seria o que devia ter acontecido e não aconteceu, a saber: a reposição dos salários inconsticionalmente reduzidos; o pagamento integral das pensões ilegalmente diminuídas, a valorização do trabalho, usado apenas como reprodutor de mais valias; a reapreciação do sistema de impostos depois de um brutal aumento sobre os rendimentos do trabalho; a valorização da educação descaracterizada há mais de três anos; o respeito pelo direito à (...)
Depois da fome, da guerra Da prisão e da tortura Vi abrir-se a minha terra Como um cravo de ternura E agora o povo unido nunca mais será vencido Este poema de Ary dos Santos que foi canção ícone da revolução dos cravos é exemplificativo do exagero ingénuo dos poetas. Por duas ordens de razões: a primeira é que o povo nunca foi unido; a segunda é que sempre foi e continuará a ser vencido. O povo aqui visto como a classe produtora, aquela que produz a riqueza, mas que dela (...)
27 Mar, 2014

Descalço

Durante a minha infância a pobreza era assumida como um destino.  Mais pobre que os pobres, da aldeia onde nasci, era o Descalço, caldeireiro itinerante. Em tempos de apologia da pobreza e de concretização de um processo de empobrecimento como um objectivo necessário e até como um castigo para os portugueses, aqui presto justa homenagem ao Descalço, esteja onde estiver. Nesta sociedade condenada, pelos seus principais dirigentes, à pobreza sem fim, os "Descalços" vão começar a (...)
23 Jan, 2014

Terra de cegos

Eis a verdade nua e crua. Cinquenta por cento da riqueza está nas mãos de um por cento da população. Os outros noventa e nove por cento dividem a outra metade da riqueza. Sendo certo que essa distribuição também está muito longe de ser equitativa. Possivelmente continuará a aplicar-se a mesma formula, ou seja uma pequena minoria açambarcará mais metade dos cinquenta por cento. Deste modo às mãos da maioria chegam apenas migalhas para poder sobreviver e garantir a criação da (...)
"É preciso elevar o povo à altura da cultura e não rebaixar a cultura ao nível do povo"                                                                                                                                                               Simone de Beauvoir   Nasceu num dia 9 de Janeiro e viveu grande parte da sua vida (...)
A prosperidade europeia e do seu prolongamento (EUA) fez-se à custa da exploração da riqueza de outros continentes. Só assim foi possível usufruir da maior parte do rendimento do planeta e distribuí-lo por todas as camadas sociais. Por detrás dessa prosperidade está muito trabalho semi-escravo na Ásia e na África.   A Ásia está a libertar-se desse jugo e a exigir a sua fatia do bolo. A África fa-lo-à um dia. As fatias são agora mais pequenas. As populações europeias (...)