Nas últimas décadas do século XX, no verão, as nossas estradas, de má qualidade, animavam-se com a invasão de carros de grande cilindrada e matrÃcula estrangeira. Eram os emigrantes portugueses vindos da Europa desenvolvida e que vinham de "vacances" à terra mais madrasta que mãe. Para além do carro, portador de estatuto social, usavam a lÃngua do paÃs de acolhimento para o mesmo efeito. Ainda hoje se utiliza, com carácter anedótico, a expressão:
- Jean Pierre, faire (...)
Fernando Tordo é um músico com idade sénior. Ganhou a vida como cantor, uma profissão tão digna e tão honesta como qualquer outra. Com sessenta e cinco anos e escassa reforma teve de emigrar, como outros milhares de portugueses. O seu filho, João Tordo vive da escrita, um trabalho que merece todo o respeito e consideração.
A propósito de um texto escrito por João Tordo sobre a situação do seu pai gerou-se, nas redes sociais, uma parafenália de prosas bárbaras. Pelo (...)
Português suave e triste
Da puta que te pariste
És filho de uma monção.
Enquanto lavas no rio
Roupa  de fome e de frio
Inventas uma nação.
Com as tábuas do teu caixão
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Português suave e triste
Do povo de onde saÃste
Fizeste a revolução
Com a tua própria mão.
Com teu sangue abençoado
Regaste o teu chão sagrado
Mas a tua vida não
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Português suave e triste
Com saudade partiste
Nas asas de uma oração,
Com pimenta te vestiste
E como foste viestes
à (...)
O que aconteceu de concreto na chamada revolução jasmim?A queda do presidente ditador, a promessa de eleições daqui a alguns meses e a tentativa de milhares de tunisinos de entrar em Itália para usufruir do eldorado europeu.
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Uma coisa é a justa crença em utopias e a outra é a crua realidade. A prosperidade ocidental levou séculos a construir, com muitos avanços e recuos. A prosperidade não se decreta, constrói-se. A construção da sociedade de bem estar não se faz com (...)
A emigração está desde sempre na génese do povo português. Todos, ou quase todos os portugueses tiveram ou têm familiares emigrados. Na Galiza, um prolongamento natural de Portugal, a poetisa Rosalia de Castro escreveu este cantar emigrante. Em Portugal, um prolongamento da Galiza o músico José Niza e duas fabulosas vozes, Isabel Silvestre e Adriano Correia de Oliveira, deram expressão cantada a este belo poema. Divino.
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Um Fulano, não identificado, escreveu num comentário ao meu post Portugal tem futuro: Então não? porteiras e pedreiros em Bucareste desta vez . Como não tive acesso ao Link para responder vou aproveitar a afirmação para fazer algumas reflexões sobre a tradicional diáspora portuguesa que se bem percebi é o significado implicito do comentário, Antes de mais quero dizer sem qualquer complexo que pedreiro ou porteira são profissões tão dignas como quaisquer outras, quer (...)