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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

    Estimada mãe e pai, como é que vão. Por cá vou indo menos mal graças a Deus...   Naquele tempo, naquela aldeia, a camioneta da carreira chegava todos os dias, impreterivelmente, às dez em ponto da manhã. Impreterivelmente às dez em ponto da manhã, o senhor António Sales, cego de um olho, recebia das mãos do motorista o saco do correio.   ...por cá a vida continua dura de roer levanto-me cedo para limpar a loja e quando o patrão chega para a abrir está tudo (...)
 Aqui neste exílio dourado, neste ostracismo assumido tenho procurado esquecer-te, apesar da ratoeira que me armaste. Mas para a minha imagem,  estiveste divinal. Caíste na esparrela que um dia me armaste. Puseste a nua tua verdadeira face, aquela faceta mesquinha da alma nacional, que vive recalcada no mais fundo de nós.  Com a manha do caçador furtivo esperaste pacientemente pela tua presa. Eu sei que foram anos meses e dias de sofrimento. Longas noites de insónia. Depressões (...)
Quando não há nada para dizer o que se faz? Pôe-se música. Não sei como nem porquê lembrei-me desta:     mas também não sei porquê isto fez-me lembrar o tempo em que se escreviam cartas" Querida mãe, querido pai como é que vão, eu estou bem graças  Deus", depois falava-se do dia a dia, de alegrias,  de tristezas, de sucessos, de insucessos, do calor, do frio, enfim das banalidades que povoam o nosso quotidiano. Às vezes, quando a vida o proporcionava escreviam-se (...)