No tempo em que o engate fazia parte do meu quotidiano, fui convidado por companheiros de “route” para um baile particular, numa espécie de salão de bombeiros. O intuito era reunir malta jovem vinda de distantes regiões do país e que vivia numa zona da cidade grande, para tirar, num corpo a corpo ritmado, um sarro com umas macacas, expressão usada por um amigo meu,o Joaquim, creio que com sentido carinhoso. Na hora marcada compareci com a minha turma para dar o anunciado pé de (...)
No início dos anos 70, era tempo de vinil. Os sons, as letras, as emoções viajam em 45 rotações, por todas as galáxias. Primeiro na rádio, depois nas máquinas públicas e finalmente nos gira-discos mais ou menos roufenhos. Ouviam-se no recato da família, mas também nos bailes sem orquestra das sociedades recreativas. Era um gosto ver como o vinil alegrava os corações e aquecia os corpos unidos na enebriação da dança. Havia o lado A, a canção chamariz e o lado B a (...)
Vivemos tempos de incerteza. O mundo quase perfeito de prosperidade e bem estar que se julgava intocável parece querer desabar. Haverá muitas e complexas razões para explicar esta mudança. Há uma que me parece evidente e colho-a na lição da evolução histórica. Ao longo dos séculos nasceram e desapareceram civilizações que se consideravam inexpugnáveis. Mas como a actual só o eram na aparência porque os sistemas sobrevivem enquanto se auto-sustentam na suas dinâmicas (...)