Ao contrário da opinião comum, não vejo nas declarações de Schauble um insulto ao governo português. Embora tais declarações, possam ser interpretadas, como uma interferência inaceitável na política de um estado soberano, eu leio-as como um elogio.
Schauble é uma das faces mais visíveis da austeridade que ensombra a Europa ou parte dela desde há uns anos. Passos Coelho foi o seu homem de mão na sua aplicação em Portugal. E se Schauble dizia, é preciso apertar o cinto, o (...)
Um Arrojado economista, à mistura com o velho discurso da austeridade merecida, afirmou em directo, no Porto Canal, que não queria as esganiçadas do Bloco de Esquerda, nem que lhas dessem numa bandeja (expressão minha) Eu gostaria que com o mesmo Arrojo, me dissesse onde era o seu caixote do lixo. Para renegar aquelas jovens, simpáticas e bonitas, cultas, deve ter um harém escondido na cave ou pior deve ter gostos estéticos que fogem ao padrão normal.
Não me custa admitir, no (...)
Prometeu o céu e deu o inferno.Com a mesma cara de pau promete agora o purgatório. Mentiu e mente. Matou e esfolou a classe média, a medida de um país desenvolvido. Aumentou a pobreza enriqueceu os mais ricos. Regressou ao passado da emigração. Destruiu conscientemente centenas de milhares de postos de trabalho. Fez crescer a dívida pública. Quis ser o yes men da troika. Vendeu as jóias da coroa. Com a mesma indiferença que cortou salários e pensões, diz agora que os vai melhorar.
As (...)
"É uma austeridade com ética"
Marco António, membro do governo de Portugal
A ética pode ser austera? A austeridade pode ser ética? Ética e austeridade sendo significantes têm um ou mais significados. Há ética na austeridade? Eis a uma boa questão!
Que me perdoem Sócrates, Platão, Spinoza, Descartes, Voltaire, Kant e muitos outros do métier, por meter foice em seara alheia. Ao buscar significados li que "a ética busca fundamentar as acções morais apenas pela (...)
Este é o homem que prometeu o céu de deu o inferno. Este é o homem que garantiu que não aumentava impostos e aumentou. Este é o homem que afirmou que não cortava salários e pensões e cortou. Este é o homem que diz que recebeu o inferno e chegou ao purgatório. Este é o homem que empobreceu o povo e diz que o vai enriquecer. Este é o homem que afirma que sem ele será o caos. Este é homem que diz e desdiz. E ainda há quem acredite nele? Dos crédulos será o reino dos (...)
Ouvi-me com atenção mexilhões. Eu sei que estais habituados a bater na rocha, especialmente se o mar estiver agitado. Até ganhaste uma carapaça protectora e ainda bem senão já estáveis em via de extinção. Mas isso foi chão que já deu uvas. Se calhar, não entendeis a minha linguagem conotativa. É normal. Fostes criado para apanhar na tola e não a usar com racionalidade. Essa função foi destinada aos eleitos de que faço parte, com muito poucos como a D. Merkel, o (...)
Quem nascer hoje com a nacionalidade portuguesa nasce condenado. Já tem sobre os seus frágeis ombros a carga da austeridade. E terá de a carregar até fazer trinta anos. Quem tiver hoje trinta anos carregará a austeridade até aos sessenta. Quem tiver sessenta viverá com ela o resto dos seus dias. Quem o disse foi o senhor que ostenta o título de Presidente da República Portuguesa. Este senhor considerou, publicamente, que o país ou seja cerca de dez milhões de cidadãos (...)
Eu peço aos economistas, analistas, comentadores que consideram a austeridade uma escola de virtudes, o empobrecimento uma obrigação, que ponham os olhos na situação actual dos Estados Unidos da América. Eu solicito aos defensores da expiação dos portugueses porque consumiram acima das suas possibilidades, porque como cigarras gastam o que não produzem, que vejam com olhos de ver o que se passa na maior economia do mundo. Eu sugiro aos obcecados do deve e haver que adoram, como (...)
Os comentadores apoiantes da política de austeridade são autênticos grilos falantes. Estrategicamente colocados em palcos de grande audiência dão voz à política governamental. Destaco, entre outros, três apóstolos da expiação: Medina Carreira, Camilo Lourenço, José Gomes Ferreira. A sua narrativa, básica e linear, consiste em martelar sempre o mesmo axioma: o Estado recebe setenta e gasta oitenta, logo gasta mais dez; assim tem de cortar na sua despesa. Dito de forma (...)
Não batam mais no ceguinho. Gaspar pagou a factura da sua cegueira ideológiga. Saiu do Governo ressabiado e contrariado. Mas saiu porque nunca viu ou nunca conseguiu ver que a política de austeridade como panaceia para controlar as dividas soberanas teve o efeito contrário. Estas estão cada vez mais descontroladas. Contudo Gaspar não é o único culpado. Com ele está uma vasta panóplia de ideólogos e/ou executores de uma política neoliberal. De entre eles (...)