Se não tivesse dado a alma ao Criador, Edith Piaf, comemoraria hoje cem anos. Mas partiu há muito, desta vida descontente. Em relação à esperança de vida, teve uma passagem breve por este mundo. Breve mas intensa, como uma borboleta com a sua paleta de cores. Cantou e encantou. Uma voz única que se libertou para sempre da lei da morte. Partiu mas a sua música perdura e perdurará. Viveu uma vida de sucessos, de angústias, de desespero, de tragédia. Sempre no limite. Rien de rien.
Rien de rien…Il ne se passe jamais rien pour moiJe me demande pourquoi!Rien! Rien! Rien!Il ne se passe jamais rien!...
No dia em que ia fazer onze anos acordei, como sempre acontecia, com a luz matinal que de mansinho escorria pelas frinchas do caniço. A tenebrosa escuridão que me mantinha escondido, entre a enxerga e o cobertor, ia desaparecendo tal como os medos que à noite me povoavam a mente.
Percorri ensonado o corredor que me levava até à pequena cozinha da casa dos meus avós com quem vivia por opção. Da esculateira desprendia-se o aroma do café de cevada que todas as manhãs me (...)
No dia em que ia fazer onze anos José acordou, como sempre acontecia, com a luz matinal que de mansinho escorria pelas frinchas do caniço. A tenebrosa escuridão que o mantinha escondido, entre a enxerga e o cobertor, ia desaparecendo tal como os medos que à noite lhe povoavam a mente.
Percorreu ensonado o corredor que o levava até à pequena cozinha da casa dos seus avós com quem vivia por opção. Da esculateira desprendia-se o aroma do café de cevada que todas as manhãs lhe (...)
A noite era escura e tinha estrelas abraçadas pela lua,
Os pássaros voavam em bandos por cima dos trigais,
Espantando os insectos parasitas.
Os galos cantavam sempre de madrugada anunciando o sol
Que amadurecia as searas,
No Tempo em que se festejava o dia dos meus anos.
Corria pelos campos enlameados pela brisa matinal,
Mergulhava livre nos pegos enxameados de cardumes ,
Corria atrás da bola de farrapos em relvados de terra escura
E pontapeava a vida com candura.
Eu era (...)
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
A noite era escura e tinha estrelas abraçadas pela lua,
Os pássaros voavam em bandos por cima dos trigais,
Espantando os insectos parasitas.
Os galos cantavam sempre de madrugada anunciando o sol
Que amadurecia (...)
humorgrafe.blogspot.com Podemos não gostar dos seus filmes por achar que lhes falta acção. Podemos não nos empolgar com as suas histórias algo intimistas. podemos aborrecer-nos com os seus longos planos. Mas o certo é que Manoel de Oliveira é o senhor cinema. Embora a origem do cinema português (...)
Um dia de anos No dia em que ia fazer onze anos José acordou, como sempre acontecia, com a luz matinal que de mansinho escorria pelas frinchas do caniço. A tenebrosa escuridão que o mantinha escondido, entre a enxerga e o cobertor, ia desaparecendo tal como os medos que à noite lhe povoavam a mente. Percorreu ensonado o corredor que o levava até à pequena cozinha da casa dos seus avós com quem vivia por opção. Da esculateira desprendia-se o aroma do café de cevada que todas as (...)