Para todos os gostos
Sempre fui de esquerda. Sempre me situei na área do Partido Socialista, na ala mais à esquerda. O resultado das eleições legislativas tiveram um resultado atípico. Pela primeira vez uma coligação de direita ganhou as eleições sem maioria absoluta. E porque não há à esquerda quem pretenda dar uma mãozinha ao governo PàF estamos perante uma situação original.
Percorri na Internet os comentários de vários comentadores, sobre a presente situação política e confesso que fiquei muito menos esclarecido. Desde os que se dividem entre Costa se aliar à direita ou à esquerda, até aos que acham que anda a fazer bluff, passando pelos que dizem que apenas procura sobreviver, ou que destrói o PS se se juntar à esquerda, há opiniões para todos os gostos. E alicerçadas em argumentos imbatíveis e verdades absolutas.
Mas ao navegar pelo facebook encontra-se mais do mesmo, num estilo mais popularucho. Ao lado dos tradicionais tradicionalistas, isto é defensores do que sempre foi, estão os promotores da mudança revolucionária e vêem já Costa a liderar uma alternativa dos amanhãs que cantam.
Fui apoiante da esquerda e gostaria de ver esta gente que nos desgovernou fora do poder. E não me causa qualquer engulho uma aliança para governar à esquerda. Contrariamente ao que pensa o Presidente da República, os partidos mais à esquerda, têm o mesmo direito de participar na governação que os chamados partidos do arco do poder. Na democracia não há participantes de primeira e de segunda. Contudo, a situação de acordo com as normas constitucionais parece-me simples. Deve, em conformidade com os resultados eleitorais, o senhor Presidente da República, nomear para formar governo o partido mais votado. Deve este apresentar o seu programa e o orçamento. Se estes forem aprovados deve governar. Se não forem aprovados e na impossibilidade de efectuar eleições, deve-se considerar uma opção alternativa viável. Sem drama. Elementar meus caros comentadores.
MG