Palhaçadas
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Há quem lhe chame ironia. Há quem lhe chame humor de fino recorte. Discordo. Prefiro chamar-lhe palhaçada, sem ofensa para os palhaços profissionais. Já tínhamos um primeiro ministro que queria ser cantor, e não foi. Azar. Melhora fora. Agora temos um ministro da economia que faz tirocínio para clown. À falta de uma pista de circo usa o palco da casa da democracia, para mostrar os seus dotes de entretainer. Baixou o debate para o nível do chinelo. Equivocou-se. Aquele púlpito está destinado a debater coisas sérias com seriedade. A chicana política, inflacionada pelo tom chocarreiro, não deve caber naquele local. Desprestigia-o. Desrespeita-o. Por outro lado, este político, de um governo desacreditado, acha que por este caminho consegue embaraçar António Costa. Pela insistência no tema acha que consegue tirar-lhe uns votos. Conclusão: não temos um ministro da economia mas um "achista" pretensamente engraçado; o certo é que ganhou visibilidade. Pelo ridículo, mas ganhou. Talvez o senhor Chen o contrate. Nos tempos que correm precisamos de palhaçadas. Só que no sítio certo.
MG