O grupo dos leitões
Estes vão se sacrificados por Assis
António Costa é Secretário Geral do PS, eleito ,por mais de cem mil militantes e simpatizantes. Foi um processo limpinho limpinho. O PS perdeu as eleições para uma coligação de direita. É preciso lembrar aos atacados por Alzheimer que o PS sempre foi derrotado quando concorreu contra coligações. Recorde-se as vitórias da AD e Pra Frente Portugal por maioria absoluta. Ao contrário do discurso das cassandras, Costa manteve-se no seu posto com toda a legitimidade. E está em condições de reunir toda a esquerda numa coligação inédita e impensável.
Francisco Assis foi derrotado por Seguro em eleições directas. Refugiou-se no Senado dourado que é o Parlamento Europeu. Voltou agora, voltou de lá. Qual é a razão que a razão desconhece, que move este emigrante de luxo. Porque vem perturbar um caminho que em tempos também defendeu. Logo se lhe juntaram os derrotados seguristas, que ele próprio combateu e uma cáfila de ressabiados sempre sedentos de protagonismo.
O grupo do leitão reúne-se na Bairrada. Entre um copo de bom vinho da região (que desperdício) e uma dentada nos sacrificados porquinhos que não deixaram crescer, traça-se a conjura contra o perigoso governo de esquerda. Contra os bloquistas consumidores de caviar e contra os comunistas que devoram tenras criancinhas. E sobretudo contra o Partido à sombra do qual ganham o pão.
Entre uma e outra golada, espetam o garfo nas costas do Secretário Geral, eleito democraticamente. Entre dentes ensanguentados rezam ladainhas ao governo da direita. Enquanto devoram os tenros leitões choram lágrimas de crocodilo, pela aliança contra-natura. Prevêem a saída do euro, a expulsão da Nato, a marginalização da UE. Querem o PS a apoiar o governo Passos/ Portas.
A simbologia dos leitões é clara. Querem a cabeça de Costa. Francisco de Assis como o seu homólogo medieval ainda espera ser canonizado por salvar a pátria dos infiéis. Mas esquecem-se de uma coisa: Costa é duro de roer. Se lhe meterem o dente talvez o partam.