O alfa e o ómega
No princípio era o caos, quero dizer a bancarrota. No fim era o paraíso, dito de outro modo a prosperidade. Entre o início e o fim era o nada absoluto. Logo nenhum pecado. A passagem do caos à ordem foi instantânea, como o pudim assim chamado. Não houve recessão, nem perda do poder de compra, nem baixa de salários. nem aumento de impostos, nem desemprego, nem dívida, nem empobrecimento, nem drama, sacrifício. Podíamos levar a ladainha até ao infinito que não encontrávamos uma réstea de luz. Só escuridão. Era como se alfabeto grego se resumisse ao alfa e ao ómega. Mas não é de alfabetos que estamos a falar. Falamos do discurso de sua excelência, o senhor presidente da República no 10 de Junho. Um zero quase absoluto. Um apagão de quatro anos. Não sei quantas palavras usou, mas o que disse de concreto cabe apenas numa linha e diz-se num segundo. Este governo, o de sua excelência, criou um novo mundo num passe de mágica. Deus precisou de sete dias. Formidável.
MG