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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Imagem NET

 

Lumiére pôs imagens em movimento. Depois, depois veio o cinema, dito sétima arte. Arte democrática por excelência, arte acessível a todas as bolsas e por conseguinte arte popular. A maior indústria de entretenimento, rompe barreiras linguísticas e culturais, despreza fronteiras e globaliza o espectáculo. Instala-se em salas que pululam como igrejas de culto da felicidade em todas as principais povoações. Mas não marginaliza as terras mais recônditas, onde o cinema aparece como vagabundo em movimento. 

 

Quando as luzes se apagam a vida de sombra e luz mostra o seu esplendor. O escuro esbate diferenças sociais, e em uníssono, os espectadores expectantes, viajam do presente ao passado e ao futuro. Ali sofrem as agruras de BEN-HUR nos tempos áureos do império romano, ali se sentem vingados com o castigo dos exploradores por ROBIN HOOD. Descarregam tensões com o humor de CHARLOT. Lavam o rosto com lágrimas com os grandes dramalhões, especialmente os made in India. Cavalgam pelas pradarias com os grandes mestres do WESTERN. Sonham com as espectaculares comédias musicais, como My FAIR LADY. Deliciam-se com ET,assustam-se com ALLIENS e interrogam-se com ENCONTROS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU.  E tantos, tantos outros, que durante a brevidade de um sonho, despoletam as mais variadas emoções. E quando as luzes se acedem TUDO O VENTO LEVOU. Cada qual volta à sua realidade, logo ali representada pelo lugar que ocupa: primeiro, segundo ou terceiro balcão. Mas as emoções despoletadas vão persistir. Parzinhos de mãos dadas entram revêem-se em HAPPY ENDS. Casais de meia idade renascem com as LOVE STORIES. Espectadores solitários apaixonam-se pelas grandes estrelas.

 

O cinema teve o seu apogeu. Hoje arrasta-se decadente e maquilhado por guetos da sociedade de consumo. As fitas rodam nos mesmos projectores e ganha dimensão nos mesmos écrans. É o que, penosamente, sobrevive. No escurinho destas salas, os últimos resistentes do verdadeiro cinema, alimentam tanto o corpo como o espírito. Devoram pacotes de pipocas ao ritmo da velocidade das imagens. Afogam as emoções em qualquer bebida ocasional. São espectadores sem alma de cinéfilos. O cinema, nestes moldes, tem os dias contados. É certo que agora entra em nossa casa agregado às novas tecnologias. Está à mão de um click. Pode ser. Mas já não é a máxima expressão da cultura de massas que foi no século XX. Há quanto tempo não entro no CINEMA PARAÍSO.

 

MG

 

 

 

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