Mudar de povo
Baptista-Bastos cujos cabelos brancos, experiência de vida e verticalidade, merecem todo o crédito, escreveu hoje no CM, que se acontecer o que a sondagem da UC prevê, é melhor fecharmos o país e mudar de povo.
Palavras lúcidas e sábias. Dito de outro modo, vão ao encontro daquele ditado "quanto mais me bates mais gosto de ti". Estranha forma de gostar. O amor como apologia da violência. Mas foi assim que o governo de Portugal tratou o seu povo. Malhou sem nunca lhe doerem as mãos. Justificou-se com o delito de quem queria viver melhor. Portou-se como o pai tirano que põe ordem no desmando.
O povo apanhou e calou. No empobrecimento, no desemprego, na emigração. O povo apanhou e gostou. No desrespeito, na insensibilidade, na indignidade. O povo apanhou e quer voltar a apanhar. Mentira, embuste, falta de vergonha. De facto, BB tem razão. Se assim for, esta nação que já foi valente, precisa de mudar de povo, se quiser sobreviver.