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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

O poder judicial é um dos pilares da democracia. Nele deve o cidadão ter a garantia de protecção contra qualquer tipo de abuso. Contudo, o nosso sistema judicial, de há tempos a esta parte, tem dado mostras de falta de isenção na aplicação das regras. Comporta-se como um árbitro que vicia o jogo.

A parcialidade na aplicação da justiça tem estado patente no caso Sócrates. Desde a agenda mediática da prisão, até às fugas selectivas do segredo de justiça. Depois da aplicação exagerada e ilegal da prisão preventiva, pelo super juíz Carlos Alexandre, vem agora o Tribunal da Relação, dar cobertura à argumentação do perigo de perturbação de inquérito.

E se essa justificação é, no mínimo, discutível, o recurso pelo aludido tribunal a aforismos populares como método argumentativo, brada aos céus. Veja-se esta pérola dos desembargadores: "quem cabritos vende e cabras não tem de algum lado lhe vem". Se isto fosse dito por um qualquer Zé Ninguém, numa discussão de café, vá que não vá, mas que faça parte de um relatório jurídico mostra o nível a que desceu o sistema judicial.

Factos concretos, provas claras, zero. Indícios, suspeitas, suposições, especulações eis o cozinhado preparado pela acusação. Apenas faltava como cereja em cima do bolo, o ditado popular. Independentemente da culpabilidade ou inocência do visado, este triste espectáculo não pode deixar descansados os cidadãos sobre estes intérpretes da justiça.

MG