Falência da Selecção? A culpa é do Sócrates!
Falência da selecção de futebol? A culpa é do Sócrates. Este podia ser o título principal do Correio da Manhã. De facto, para jornal de grande audiência (porque será?) o ex-primeiro ministro é uma espécie de figura maléfica, um ogre que transporta todos os males de Portugal e arredores. Fez a dívida crescer até cerca de 90% do PIB (agora é mais de 130). Mandou construir estradas, auto estradas, escolas e hospitais, quase levando o país à bancarrota. Sócrates foi penalizado politicamente. Pagou com língua de palmo o mal que fez ao país.
Politicamente está morto, mas o seu fantasma continua a pairar sobre o nosso destino. Tanto no que aconteceu, como no que está a acontecer, a mão socrática está sempre presente. E quando se prova que não está, de certeza que estão os socráticos, uma linhagem maldita, que não tem direito a existir. Ou melhor, deve existir como seguro de vida daqueles que nos governam.
Aí está. Os jogadores da nossa Selecção estão presos por arames (não havia outros?); a equipa de todos nós não joga puto; o seleccionador orienta-se (ou será orientado?) por critérios muito duvidosos. A quem atribuir responsabilidades? Ao Sócrates, claro. Neste país encontrou-se o bode expiatório perfeito. E o mais curioso é que o povão acreditou e continua a acreditar. A gente que tomou conta do país, construiu o álibi perfeito. Por mil anos. Os fantasmas não morrem.
MG