Dia da criança e histerismos
Quando era criança passou na aldeia onde vivia, um filme projectado pelo cinema ambulante, chamado Chaimite sobre as campanhas em África. Uma das cenas mais fortes era a prisão do u. A moçada pegou na cena de caras e transformou-a numa brincadeira preferida. Ali andávamos todos atrás do Gungunhana para o prender e humilhar. Depois, terminada a brincadeira, voltávamos ao nosso rame rame.
Crescemos e que eu saiba somos todos cidadãos normais. Ninguém ficou afectado na sua personalidade ao ponto de andar a perseguir e a maltratar negros. Mesmo depois de uma sangrenta guerra colonial, passamos à frente e somos uma nação multicultural.
Vem isto a propósito da histerismo que por aí vai, sobretudo nas redes sociais sobre uma brincadeira aos polícias e manifestante, organizada pela polícia de Portalegre no dia da criança, Cerimónia programada cujo último intuito seria incutir nas crianças princípios de violência. Não é seguramente neste tipo que esses hábitos se adquirem. Haverá outras origens para fenómenos de agressividade muito mais subtis e não controlados.
A conclusão que tiro disto é que a vox populi que se enraizou no facebook, como quem tem o rei na barriga, toma posições radicais pautadas pela irracionalidade. Veja-se o caso do abaixo-assinado para evitar o abate de um cão perigoso, que matou uma criança. Preocupa-me este poder discricionário que só actua neste tipo de assuntos marginais e nunca mexe uma vírgula para lutar por objectivos sobre a exploração dos seus semelhantes.
MG