Cavaco, O Manhoso
Se aos presidentes da República fossem atribuídos cognomes como aos reis, o Presidente que veio de Boliqueime ficava-lhe bem oepíteto de O Manhoso. Toda a sua Presidência assentou na manha provinciana e paroquial. Até ao final do primeiro mandato usou a conciliação com Sócrates como objectivo fundamental. A bem da nação. No discurso da reeleição abriu a guerra com o governo do PS, com o objectivo claro de o derrubar. A bem da direita. O chamado PEC IV foi a oportunidade de ouro para promover a demissão do governo e poder convocar eleições antecipadas. A bem da sua área política, que não da nação. Eleito o governo Passos/Portas, assumiu-se como seu seguro de vida. A manhosice saloia expressou-se no adiamento das eleições até ao absurdo, para a sua coligação poder ganhar tempo e recuperar eleitoralmente. A mal da nação. A nova legislatura devia ter começado em Junho. Não estávamos agora a passar por esta indefinição. Resta a Cavaco, O Manhoso, cumprir escrupulosamente a Constituição e deixar a democracia funcionar. Para acabar o seu mandato com um mínimo de seriedade e dignidade. A bem dos interesses nacionais.