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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

 Sérgio Leone realizou nos anos 70 "O Bom o Mau e o Vilão". Filme saído dos estúdios italianos e por isso considerado um western-spaghetti, é um clássico do género. Relata a aliança transitória entre três indivíduos que precisam de se unir para resgatar um pote cheio de moedas de ouro. Mas no espírito de cada um deles está o plano pessoal de se apropriar exclusivamente de todo o bolo. E esse será o epílogo da história que mostra que a honestidade termina onde começa a ganância e a violência.

 

O filme de Leone é uma alegoria da natureza humana, numa ficção da realidade. Mas a realidade às vezes supera a ficção. A história do BES também se alicerça à volta do vil metal enquanto símbolo do poder financeiro. Para mais, há o Banco mau e o Banco bom ou vice-versa. E à partida não se sabe, como na fita de Leone, qual é o bom, nem qual é o mau. Será Ricardo Salgado ou Carlos Costa? Sabe-se, contudo, quem é o vilão. No imaginário medieval é o grupo menos privilegiado e do qual dependem todos os outros. Ai está. Os vilões não são bons nem maus. São o "povoléu" que acredita que tem o poder na sociedade. No fundo vivem na ilusão de chegar ao pote, mas apenas servem para ajudar os que, camaleonicaMente, são bons e maus conforme as circunstâncias. Mas os vilões estão claramente referenciados: enchem o pote que os bons e os maus acabarão por esvaziar. Num eterno retorno.

 

MG