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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Vivemos num país de passa culpas. Ninguém se assume como culpado de nada. A culpa é sempre do outro. Da situação que o país atravessa, a culpa continua a ser do Sócrates, quando já não risca nada há anos. O mais preocupante, é que esta imagem, continua a ter aceitação na vox populi. Agora, na voz do economista Daniel Bessa, apresentado como papa da infalibilidade, a culpa de tudo, uma espécie de pecado original, começou com Vítor Constâncio. O Sócrates foi apenas o "executante (ou terrorista) que atirou o avião contra as torres gémeas". Não deixa de ser uma variante a merecer alguma atenção sobre o pensamento dominante. 

 

O pensamento dominante vive a sua realidade. É uma realidade sincrónica e historicamente conjuntural. Não tem profundidade diacrónica nem valor estrutural. Tudo tem a ver com a acção de um ou outro agente político no curto prazo. É como se este país não tivesse um passado de muitos séculos. É como se esta democracia não tivesse quatro décadas. É como se não houvesse um passivo, longamente acumulado. É como se, nunca antes, alguém tivesse cometido erros que cristalizaram num modelo. É como se uma mudança de paradigma não estivesse cativo desse modelo construído geração após geração. É o grau instantâneo da politica e da economia. Nesta análise superficial e sem consistência a culpa é sempre do outro. Daquele que por qualquer circunstância é mais vulnerável. Pobre pátria que tais filhos tem.

 

MG