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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

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18 Jun, 2015

A tragédia grega

A Grécia está no fio da navalha, entre a espada e a parede, entre a cruz e a caldeirinha.  Pressionada pelos credores, ostracizada pelo directório europeu. O principal problema da Grécia, ao contrário do que defende a ideologia dominante, não é económico mas político. Porque é nas decisões políticas que reside a solução para os problemas. Mas os decisores que governam a UE, não querem ajudar o povo grego, e assumem uma atitude revanchista, por ter ousado fazer uma opção política desinserida do sistema convencional.

Para esta União Europeia, governada pela direita liberal, dominada pela Alemaha de Schauble, é inadmissível que um pequeno país se recuse em colocar a canga que colocaram sobre todos os europeus. A deriva grega não pode passar. Custe o que custar a opção dos eleitores gregos tem de ser derrotada. A essência do sistema não pode ser posta em causa por um país periférico do sul.

A dívida grega é uma gota de água no mar do capitalismo que nos explora. Os ditos credores sabem que para receber o dinheiro que emprestam precisam que a economia grega cresça. E esta não pode crescer sem consumo. E sabem que retirar ainda mais rendimentos à população, não conduz ao desenvolvimento. Por isso, não podem deixar que este país seja uma pedrinha na engrenhagem. É preciso esmagá-la.

Estamos perante um jogo perigoso. A UE e o FMI têm poder para encostar a Grécia à parede. E senão a fizerem vergar, empurra-la-ão para fora. Mas se pensam que a sua expulsão resolve a situação estão enganados. A saída da Grécia pode fazer colapsar todo o sistema político e económico. Pior, corre-se o risco de fazer desmoronar o projecto europeu iniciado no pós-guerra. O autoritarismo de uns poucos está a pôr em risco a vida de todos.

PS: duas notas: não sou simpatizante do Siriza; a posição do senhor Presidente da República, em relação à Grécia, é uma vergonha. Não havia necessidade.