A senhora côr-de-rosa
A senhora côr de rosa, uma cidadã anónima, uma figurante da maioria silenciosa que dá corpo ao espectáculo do artista, apareceu na multidão da côr laranja. Aproximou-se da estrela e esta perante o olhar indiscreto das câmaras disponibilizou-se para mais um beijinho de uma fâ incondicional. No calor do entusiasmo avaliou mal. Com um pouco mais de sensatez e descernimento, teria visto que a senhora não era da sua côr. A não ser que seja daltónico, não confundiria rosa com laranja. E acabou por beber o sumo de uma laranja amarga.
em um jeito manso.blogspot.com
A senhora tinha o papel bem estudado. Confrontar o senhor dos passos troikados com o mundo dos piegas. Com duas ou três ideias simples-aumento de impostos, redução de reformas, extensão de taxas moderadoras-encostou o senhor dos passos às boxes. O senhor, com a natural relação dialéctica que tem com a verdade ainda procurou (des)mentir a senhora. Em vão. E sem apelo nem agravo, levou KO (quer que vá buscar os recibos?) e acabou por saír, pela direita baixa, com os passos trocados.
A senhora deu a táctica e delineou a estratégia. Para vencer o senhor dos passos falsos é preciso evitar os "entretantos" (muitos números) e ir aos "finalmentes" (a degradação das condições de vida do pagode) porque mais facilmente se apanha um mentiroso que um coxo. A democracia da "polis" desceu à rua. Que venha para ficar.
MG