A importâcia do rascunho orçamental
Vai para aí uma barganha por causa do esboço do Orçamento, que nem lembra ao demo. Os comentadores da perpétua austeridade, os políticos da austeridade perpétua ressabiados, andam novamente frenéticos em todos os canais da pantalha televisiva.
Tiveram uma ajuda preciosa das instâncias europeias, dominadas pela direita perpetuamente austeritária e vá de malhar no ceguinho, isto é, no Governo e no seu ministro das Finanças. Vejam lá que despautério. Querem aliviar um pouco, mesmo só um poucochinho o austero cinto aos cidadãos de Portugal. Que escândalo! Este Orçamento é muito optimista. Dá-se a inversão do ónus da prova. Optimista agora não é bom, mas é mau, mesmo muito mauzinho.
Os ditos analistas, que nos torraram a paciência com a inevitável austeridade, apanharam a boleia e patipatá, que Comissão não vai aprovar o rascunho. E respiram alegria por todos poros. Basta vê-los. Até o abominável homem do pingo, bem amargo, que não se via para aí há quatro anos, voltou pela mão do inenarrável José Gomes Ferreira, um órfão austeritário. E perorou sobre tudo e umas botas. Mas o que mais me sensibilizou foram as suas teorias sobre educação. E eu que pensava que o homem percebia era de feijão, de morcela e de sabão macaco. Perante tal sumidade confesso a minha ignorância. Desligo os comentadores, reduzo-me à minha insignificância e só passo a ver telenovelas. Dito e feito.