A hora de Marcelo?
O professor Marcelo não tem, do ponto de vista político, um percurso muito linear. Para além da sua actividade académica, foi jornalista e projectou-se como comentador televisivo. De verbo fácil foi arregimentando adeptos. Há anos, que nesta qualidade, faz tirocínio para chegar à presidência da República. Aproveitando a indefinição à direita, deu o passo em frente como candidato a Belém.
Na comunicação social os chamados politólogos consideram que chegou a sua hora. Admitem que poderá ganhar à primeira volta. A esquerda está, como sempre dividida, e apresenta vários candidatos. Os árbitros da política que dominam os "media" já os levam num andor. Dizem que Sampaio da Nóvoa já está derrotado e que Maria de Belém vem para resgatar os seguristas.
Sampaio da Nóvoa, que em função do contexto político não recebeu apoio explícito do PS, afirmou que a sua candidatura vai continuar. O candidato que pode unir a esquerda numa eventual segunda volta, sabe que só é derrotado quem desiste de lutar. E por isso vai à luta.
Mas será mesmo a hora de Marcelo? Eis a dúvida metódica. Convém lembrar que não é a primeira vez que a hora de Marcelo foi prevista. Candidato à Câmara de Lisboa, com hora marcada, perdeu para Sampaio. Secretário-Geral do PSD com rampa para primeiro-ministro, nem sequer foi a votos. E agora? Se o destino, se cumprir, e não marcar a hora, poderá não chegar a atravessar o Rubicão mais uma vez. É uma fé. E esta move montanhas. Mas a função de comentador, que exerce com proficiência, estará à sua espera.
MG