A árvore e a floresta
Os actos terroristas praticados em Paris, são inqualificáveis. São uma demonstração de brutalidade, de cobardia, de maldade sem limites, de barbárie. Merecem total repúdio, como todos os outros que aconteceram ao longo dos anos, em muitos outros locais. Ao contrário do que se podia supor, os terroristas têm replicado a sua actividade.
Depois da liquidação da liderança da al-Qaeda estamos agora debaixo do fogo de outro monstro similar. Um monstro que o Ocidente ajudou a criar. A invasão do Iraque, o apoio aos rebeldes na Líbia, na Síria e em todo o médio Oriente, acabaram por destabilizar, toda a região. A irresponsabilidade e leviandade das classes dirigentes, abriram uma caixa de pandora cujos malefícios nos estão a cair em cima.
O aparecimento do dito "Estado Islâmico" um grupo de bandidos à solta, criminosos sem lei, resultou da desestabilização fomentada pelos países ocidentais. A sua continuidade deve-se à divisão e apatia dos Estados Unidos da América e, da Europa. Criaram um problema complexo e de difícil resolução. Exige ponderação, bom senso, inteligência e unidade na acção.
Como ponto de partida é preciso separar o Islão de um grupo de extremistas. A maior parte dos povos daquela região, quer viver a sua vida e a sua religião em paz e com tranquilidade. Por isso, acho lamentável, que apareçam nas redes sociais textos que confundam a árvore com a floresta. Textos que confundem a minoria terrorista com o Islão. Textos que destilam ódio e apelam à violência indiscriminada. Textos que são tão fundamentalistas e tão reprováveis como os actos bárbaros dos terroristas. Pedagogia democrática e esclarecimento sereno precisam-se.
MG