Caro anónimo, obrigado pelo seu comentário ao meu texto "não passarão". Acusa-me de antipatriotismo. Ser patriótico é defender Portugal. E Portugal não é uma entidade abstracta expressa num pin de lapela. Portugal são séculos de história. Portugal são pessoas de carne e osso que têm necessidades, desejos, emoções. E pessoas de carne e osso são mais que números e estatísticas. Respeitá-las e dignificá-las é patriotismo. Desrespeitá-las , seja em nome do que for, não (...)
Chegaram ao poder montados numa mentira. Tiveram todas as condições políticas para governar o país. Não as aproveitaram. Governaram de equivoco em equivoco. Colocaram as estatísticas acima das pessoas. Apresentaram como terapêutica para um país em dificuldades o empobrecimento. Empobreceram os mais pobres. Falharam. Apesar dos sacrifícios aceites com estoicismo, aumentaram a dívida, não atingiram as metas do défice, duplicaram o desemprego, desestruturaram a economia. (...)
envolverde.com.br A violência é inerente à humanidade como forma de sobrevivência. Ainda hoje vigora com esse estatuto no chamado reino animal. A biologia mostra esse processo assente na cadeia alimentar. Mesmo entre os humanos, racionalmente mais evoluídos, não foi possível quebrar o ciclo de uma alimentação suportada na morte de diversos animais. E isso que aceitamos como natural não deixa de ser um acto de violência. A morte de um animal com mais ou menos sofrimento, (...)
Delim delim
delim delão
toca o sino
pra procissão
corre o emigra
no seu carrão
estala o foguete
no pino do verão
O rosmaninho
rasteja no chão
milhares de rodas
comem alcatrão
baratas tontas
em diversão
felicidade
em poluição
À romaria
chega o ladrão
com muitos sorrisos
semeia ilusão
parte confortado
por grande ovação
o sino repica
pra corrupção
Roubam a seara
pra tira-lhe o pão
espremem o suor
como a um limão
esquece-se a injustiça
e a aflição
Comer é uma necessidade, mas comer ainda não é um direito. Há quem coma muito, quem coma pouco quem não coma nada e até há quem porque nunca soube o que era não comer, ignore a situação. Lembro-me, a propósito, da infeliz guilhotinada rainha Maria Antonieta que confrontada com descamisados que frente ao seu palácio pediam pão terá dito: "se não têm pão, porque não comem croissants".
Há dias passei por Aveiro, essa bonita cidade portuguesa (mais uma) onde se (...)
Há quem adore derreter o seu dinheiro em sujas e miseráveis cidades indianas. Há até quem gaste o que não tem para enfardar comida e corar ao sol nas praias da República Dominicana. Gostos. Eu mais modestamente prefiro uma escapadinha a cidades europeias ou fazer uma escapadela pela ibéria. Mas o que gosto mesmo é de deambular pelos cantos e recantos do meu país. O que gosto mesmo é apreciar a variada gastronomia regional e a autenticidade das nossas gentes. Foi assim (...)
Apresento-vos Sancho Afonso, rei de um reino inventado por graça de Deus e do seu pai Afonso Henriques. Nos finais do século XII andou a espadeirar mourama em defesa da Fé católica e da construção de um reino. Consciente que um reino não sobrevive sem riqueza, mais que um conquistador foi um povoador. Nas terras menos povoadas do Sul estabeleceu colonos, criou concelhos, deu forais e isenções nas zonas fronteiriças. Para além da função reinante ainda teve tempo para (...)
cartoon de João Fazenda (Visão) Texto imaginado a partir deste cartoon. Vós sois os meus ouvintes preferidos: não falais, não ouvis, não sentis fome, nem sede, não olfactais o cheiro discreto do dinheiro, não vedes o opróbrio as injustiças a sacanagem a exploração. Em verdade gosto de vocês pois sois verdadeiramente simples. A vós que não tendes os defeitos (...)
Na rua caminham gentes
o sol é como um tição
ouvem-se passos dolentes
o calor acende as mentes
apressa a respiração.
Alerta! Chegou o verão...
Aa ruas ganham mais cor
o ar respira paixão
o peito solta o amor
nas pernas sobe o calção.
Os corpos falam calor
alegre, chegou o verão...
nas praias do mar salgado
biquínis cobrem o chão
sereias de fresco odor
torram espalmadas no chão,
seios livres ganham rubor
escaldante, chegou o verão...
os (...)
minhasmares.blogspot.com Este foi um Verão triste. Nem sei mesmo se foi um Verão. Decorreu envergonhado e deprimido. Na despedida chora pesadas lágrimas e descarrega sobre os mais renitentes veraneantes a sua angústia existencial. Possivelmente (é uma interpretação) não sabe se a sua existência se justifica num inverno permanente de desilusões e esperanças perdidas. Possivelmente chora por si, chora por nós, chora pela inconstância e irresponsabilidade da natureza (...)