Ser ou não ser parvo
A prosperidade europeia e do seu prolongamento (EUA) fez-se à custa da exploração da riqueza de outros continentes. Só assim foi possível usufruir da maior parte do rendimento do planeta e distribuí-lo por todas as camadas sociais. Por detrás dessa prosperidade está muito trabalho semi-escravo na Ásia e na África.
A Ásia está a libertar-se desse jugo e a exigir a sua fatia do bolo. A África fa-lo-à um dia. As fatias são agora mais pequenas. As populações europeias já começam a senti-lo. Das duas uma: ou se consegue aumentar o tamanho do bolo ou temos de nos habituar a fatias mais pequenas. E temos, também, de pensar numa redistribuição da riqueza de forma mais equitativa. Significa parar a roda livre do liberalismo sem regras. Significa tirar da mãos dos especuladores o controlo da economia. Significa recentrar o poder na área política, forte e reguladora.
Vem isto a propósito de uma canção agora muito citada, como revolucionária. Parece-me ser uma canção bem conseguida que levanta problemas que afectam os jovens na actualidade. Indo um pouco contra a corrente, estamos perante uma componente de uma realidade que é muito mais complexa que a descrita. Nem se pode exigir muito mais a uma canção. Ao menos faz reflectir sobre o presente que atrás descrevo e só por isso já é positiva.
MG