Difícil escolha
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Os direitos implicam deveres. nesse sentido votar é um direito , mas ao mesmo tempo um dever. Eu sei que não se nota muito , mas vamos ter de eleger um Presidente da República. E temos muito por onde escolher. Posso não me rever nos candidatos, mas são o que temos, no país que somos. Por isso vou começar a reflectir sobre a melhor escolha. Em silêncio, longe do ruído inútil da campanha, analisando perfis:
Há um candidato que tem no seu currículo, dezanove anos dezanove de cargos institucionais ao mais alto nível. Curiosamente ou talvez não tem nada a ver com nada. Nem com a dívida, nem com a corrupção, nem com o desperdício de fundos, nem a baixa produtividade... É uma alma cândida. Paira acima de tudo e de todos. É omnisciente, nem precisa de ler. Haja paciência
Há um candidato que é poeta político ou vice-versa. A poesia é sinónimo de cultura e sensibilidade, mas este poeta está a fazer uma campanha triste e desenxabida, sem chama, sem clarividência, sem poesia. Navega num mar de equívocos, é um "General perdido no seu labirinto". É uma pena!
Há o nobre candidato, cada vez mais "Só". Não entendo ao que veio, nem o que pretende, nem sei quem o atirou para esta fogueira de lume brando onde está a ser queimado. Uma perda de tempo.
Há o candidato cassete. não interessa quem é, nem qual o seu nome. Até pode ter "Todos os nomes", que vai dar ao mesmo. Basta rodar a cassete que vai resistindo a tanto uso. Mas é de grande utilidade pois representa o importante papel de aglutinador da tribo. Alimenta o culto.
Há o candidato lebre. Faz trabalho de sapa, puxa pela esquerda generosamente.Médico e político à boa maneira de João Semana. Quem o encomendou?
Há o candidato marginal, o único verdadeiramente independente. Actua fora do sistema e pode dar-se ao luxo de dizer o que lhe dá na gana. Com ironia vai pondo o dedo na ferida mostrando imaginação e assertividade. Assume o seu papel sem complexos e vai tirar algum partido disso. Uma surpresa.
Com estes espécimes a escolha não é fácil. Até apetece dizer venha o diabo e escolha. Mas nesta como noutras coisas não vou entregar ouro a bandidos. Quero ir votar no mal menor. É um dever cívico.
MG