A vida às avessas eis a simbologia que se pode extrair da adoração de um menino pobre por três Reis. Ricos e poderosos, saem dos seus palácios e caminham guiados por uma estrela, para oferecer riquezas terrenas a um desconhecido nascido na pobreza de um estábulo. E para além da crença ou não crença na sua divindade, a cena da natividade constitui uma lição, nunca aprendida por muitos, de que todos somos pó da mesma estrela. Muitos reis brilharam como fogo fátuo. Como vieram foram, sem deixar rasto visível. Mas os três magos , como o Menino, continuam a viver na memória e no coração dos povos como protagonistas de uma revolução de pensamentos e valores que estaria na génese de uma cultura de tolerância, solidariedade e respeito pela dignidade humana. Enraizados nas tradições populares continuam presentes no cantar dos reis, onde se diluem as clivagens sociais. Como há dois mil anos. Nesta reportagem SIC, noite de reis, no Redondo.