O Natal na poesia e nos presépios
HINO DE AMOR Andava um dia Eis senão quando Assim foi indo João de Deus
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Há um país
arrepiado,
encurralado ,
num continente
de hipocrisia
. Ele esbraceja ,
ele resiste
e fica triste
e faz o pino ,
num desatino
mostra serviço,
aperta o cinto.
mas não acalma
o predador!
E está sozinho
no seu caminho,
já condenado
a triste fado
mas afinal
que fez de mal?
E o menino
que vai nascer,
poderá ver?
Ou,
está distraido,
desentendido
indiferente,
ou,
vai resgatar
esse país
do encanto
dessa serpente
tão insolente?
MG
Presépio de José Joaquim de Castro, dito dos Marqueses de Belas
Maquineta Adoração dos pastores
Joaquim José de Barros, dito Barros Laborão (1762-1820)
Século XIX, 1805-1807
Museu Nacional de Arte Antiga, inv. 642 ESC.
O último grande conjunto erudito português e que encerra a tradição dos sumptuosos presépios barrocos nacionais é a Natividade da autoria de José Joaquim de Barros, um dos principais discípulos de Machado de Castro. O presépio encomendado por José Joaquim de Castro, deve o seu nome ao facto de se dizer que nele estão retratados os então Marqueses de Belas, considerados o casal mais requintado da época. A composição do conjunto rompe com a tradição dos presépios, para os quais eram especificamente manufacturadas todas as figuras, tendo sido integradas nele peças de origens diversas, algumas inclusivamente compradas avulso e provenientes de outras Natividades.