Lado B
No início dos anos 70, era tempo de vinil. Os sons, as letras, as emoções viajam em 45 rotações, por todas as galáxias. Primeiro na rádio, depois nas máquinas públicas e finalmente nos gira-discos mais ou menos roufenhos. Ouviam-se no recato da família, mas também nos bailes sem orquestra das sociedades recreativas. Era um gosto ver como o vinil alegrava os corações e aquecia os corpos unidos na enebriação da dança. Havia o lado A, a canção chamariz e o lado B a canção para encher. Para o caso tanto fazia. O que interessa eram as famílias que se constituíam nas rotações do vinil, umas vezes no lado A, outras vezes no lado B da vida. E nesse aspecto, contribuiu muito mais para o aumento da natalidade que todos os decretos governamentais. C`est la vie, cantava Alain Barrière em 1972...
MG