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Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

Nação valente, ao sul

Odeleite Cabeça do dragão azul

02 Dez, 2010

Remake

ponteeuropa.blogspot.com

 

 

 

Os tempos estão difíceis. A Europa da riqueza e da prosperidade passa por uma crise económica, mas também identitária e existencial. Acreditou-se que esta prosperidade, construída sobre o usufruto  de dois terços da riqueza mundial, por um terço dos cidadãos do mundo era eterna. Puro engano. O mundo  mudou. Os países da Ásia acordaram do seu longo adormecimento. Estão na luta pela repartição do bolo e as fatias são cada vez mais pequenas.

 Por outro lado, a velha Europa deixou  a economia cair no liberalismo sem regras, na desregulação dos mercados financeiros, na ditadura dos especuladores e está num beco de difícil saída. As doença sente-se nos seus membros mais fracos mas atingirá todo o organismo se não for travada.

 

Eu já vi este filme noutros carnavais. Também o poderoso Império Romano se construíu sobre o expansionismo guerreiro, dominando todos os territórios à volta do Mediterrâneo. Baseou-se numa economia guerreira e esclavagista, onde a mão-de obra escrava, captada na guerra, garantia a produção de bens. Quando a expansão terminou e os escravos que asseguravam o trabalho começaram a escassear, começou a hecatombe. O consumo deixou de ser suportado pela produção e as condições de vida pioraram. Daí até  à instabilidade política  e à anarquia militar foi uma questão de tempo .O regime , incapaz de se adaptar à nova realidade, implodiu. 

 

A Europa, salvaguardadas as devidas distâncias, corre um risco idêntico se não arrepiar caminho. Ou se constitui como um corpo unido e coeso do ponto de vista económico e político, considerando todas as nações,  como parceiros iguais e úteis para conseguir adaptar-se aos novos tempos. Ou envereda, como parece neste momento, pelo caminho da divisão, deixando os mais fracos à mercê da economia especulativa e hipoteca a sua sobrevivência. O que vejo, é os actuais dirigentes europeus a digladiar-se como os imperadores da fase final do império romano. O que vejo é que os europeus e especialmente a classe política  não aprendem com as lições da história. Pior, será que chegaram a aprender história?

 

MG